O recuo dos Estados Unidos em ações adotadas contra o Brasil e autoridades do Judiciário brasileiro estaria ligado menos a uma vitória diplomática do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e mais ao comportamento errático do ex-presidente americano Donald Trump e à mudança de sua percepção sobre Jair Bolsonaro.
Essa é a avaliação de John Feeley, ex-embaixador dos EUA no Panamá e considerado um dos principais especialistas em América Latina do Departamento de Estado. Feeley deixou o governo americano em 2018, durante o primeiro mandato de Trump, em discordância com decisões do então presidente. Atualmente, ele é diretor executivo do Centro para a Integridade da Mídia das Américas (CMIA).
Em entrevista à BBC News Brasil, o diplomata afirma que, após a prisão de Jair Bolsonaro, Trump passou a enxergá-lo como um “perdedor” e simplesmente o descartou como aliado político.
Feeley também descreve Trump como extremamente imprevisível e “narcisista”, o que, segundo ele, torna quase impossível qualquer negociação consistente. Por isso, avalia que os resultados recentes das tratativas entre Brasil e Estados Unidos se devem mais à sorte do que a uma estratégia diplomática bem-sucedida.
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