Durante sessão na Câmara Municipal de Camocim, na noite desta terça-feira (12), o vereador Juliano Cruz denunciou a constante falta de medicamentos na farmácia pública do município, nos postos de saúde e no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).

Segundo o parlamentar, diversos moradores relatam dificuldades para conseguir remédios básicos. Ele destacou que, mesmo quando os medicamentos chegam, o estoque se esgota rapidamente, deixando a população sem atendimento adequado.

“O município tem 65 mil habitantes. Não pode faltar medicamento constantemente. Muitas pessoas não têm condições de comprar. No CAPS, a situação é ainda mais preocupante, porque há pacientes especiais que dependem desse tratamento”, afirmou Juliano Cruz.

O vereador cobrou mais atenção da gestão municipal para a saúde pública, ressaltando que, durante a campanha eleitoral, foram feitas promessas de melhorias na área, como abastecimento contínuo de remédios, presença de médicos e veículos para transporte de pacientes nas comunidades.

“Nos comícios, prometeram que não faltaria medicamento, que teria médico e transporte para socorrer as pessoas. Mas a realidade é diferente. A saúde de Camocim precisa ser mais bem tratada”, completou.

Carlos Jardel 

Foto meramente ilustrativa

Uma moradora da zona rural de Camocim, - cujo nome não será revelado para evitar perseguição política - denunciou a falta de transporte para emergências e a interrupção do tratamento fisioterapêutico de sua filha, uma criança de 1 ano e 11 meses com displasia na bacia e plagiocefalia.

Segundo o relato, a unidade de saúde do Km 5 não dispõe de carro de apoio para levar pacientes em estado grave até a cidade, o que tem causado transtornos e riscos para quem precisa de atendimento urgente. Além disso, a mãe denuncia que sua filha está há quase dois meses sem fisioterapia, pois o profissional que realizava o atendimento foi desligado e até o momento a prefeitura não convocou novos especialistas para o serviço.

A criança necessita de acompanhamento contínuo devido às suas condições de saúde. A mãe relatou que os ossos da filha estalam ao trocar a fralda e que ela já sofreu crises em que chegou a vomitar sangur. Ela buscou respostas na prefeitura, mas foi informada de que não há previsão para a recontratação dos fisioterapeutas.

No Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), a situação também é preocupante. Segundo a denunciante, apenas uma funcionária está atuando no local, sem médico disponível para atender a população.

O Revista Camocim fez a transcrição do áudio da denúncia enviada ao radialista Miqueias Santos.

"Aqui no postinho do quilômetro 5, que tem um posto de saúde, não há carro de apoio para levar as pessoas que passam mal no interior para a cidade, para o hospital ou para a UPA. Não tem carro de apoio para transportar a população. Além disso, já faz quase dois meses que minha filha, que tem um bebê, não faz fisioterapia, porque retiraram o profissional que fazia o tratamento da minha neta. Colocaram os concursados para fora, e até agora a prefeitura não chamou mais ninguém para trabalhar com as fisioterapias das pessoas que precisam, como a minha bebê.

Minha filha não anda, não se sustenta direito, nasceu com displasia na bacia e plagiocefalia na cabeça. Ela faz tratamento e já tem 1 ano e 11 meses. O que mais me preocupa é que, toda vez que troco a fralda dela, os ossos estalam. Já fui até o gabinete falar com o pessoal de lá para tentar uma resposta, mas eles apenas dizem que ainda não chamaram ninguém e que não há previsão para convocar os médicos.

Isso me deixa aflita, porque minha filha precisa, primeiramente, de Deus – assim como todos nós precisamos – e também do tratamento para melhorar dos problemas que tem. No NASF, hoje, só está a Ednaia, que é funcionária da saúde. Não tem médico atendendo.

Quando minha filha tem crises, ela começa a vomitar sangue, e os estalos na perna me assustam muito. Ela também tem um problema na cabeça. E parece que ninguém tem misericórdia da gente. A população espera quatro anos para ver melhorias, mas as coisas não mudam. Ainda assim, tenho fé em Deus que tudo vai dar certo.

Gostaria que você falasse sobre isso no rádio, no seu programa, para ver se pode me ajudar."

Carlos Jardel 

Segue a denúncia dos @paisatipicoscamocim

Cadê a fono?

O município de Camocim enfrenta crise na área da saúde, especialmente quando se trata de crianças autistas ou com outras condições do neurodesenvolvimento. Essas crianças precisam de um maior suporte clínico e educacional, mas o município não consegue oferecer o atendimento necessário.

Um dos profissionais mais importantes para essa população é o fonoaudiólogo. No entanto, onde estão os profissionais que foram anunciados na inauguração do NASC? O movimento Pais Atípicos esteve presente na inauguração e lá foram anunciadas quatro fonoaudiólogas.

E os fonoaudiólogos do CEADI? Onde estão? A carência desses profissionais é comum, então por que o município não oferta mais vagas em concursos públicos com salários dignos e atrativos para esses profissionais tão importantes e necessários para muitas famílias?

Além disso, nas escolas de Camocim não existe recursos de comunicação alternativa e aumentativa para alunos autistas não-verbais. Essa falta de recursos torna ainda mais difícil a inclusão e o desenvolvimento dessas crianças.

O mais preocupante é que, se aplicarmos as estimativas mais confiáveis de ocorrência de crianças autistas atualmente, em Camocim pode haver cerca de 1.700 crianças autistas. Dessas, cerca de 420 podem ser nível 3 de suporte, ou seja, gravemente comprometidas. Isso sem falar de adolescentes e adultos que também precisam de atendimento.

É urgente que o poder público tome providências. As famílias de Camocim não podem mais esperar. É necessário que o município contrate mais profissionais da saúde, especialmente fonoaudiólogos, e garanta que todos os cidadãos tenham acesso ao atendimento que precisam.

Não podemos mais aceitar desculpas ou promessas vazias. É hora de agir e garantir que todas as crianças com condições do neurodesenvolvimento recebam o suporte que merecem.

Segue a denúncia de uma moradora de Barroquinha, residente no distrito de Bitupitá, que preferiu não ser identificada para evitar represálias. 

Bom dia,

Venho, como mãe de uma criança autista, expressar minha indignação e preocupação com a situação da Escola Castelinho Vermelho, localizada na Rua da Praia, em Bitupitá. Até o momento, não recebemos nenhuma informação concreta sobre a disponibilidade de cuidadores na escola, uma questão essencial para garantir a inclusão e o bem-estar de alunos com necessidades especiais.

Ao questionar a diretora da instituição, a resposta foi desanimadora: "Só Deus sabe quando haverá cuidadores na escola para atender as crianças autistas." Além disso, fui informada de que o número de alunos que necessitam de apoio em sala de aula triplicou, mas não há previsão de como será resolvido esse problema.

É inconcebível que uma professora tenha que se responsabilizar sozinha por 20 alunos, incluindo crianças que precisam de atenção especializada. Isso compromete o aprendizado de todos e expõe a vulnerabilidade das crianças autistas que dependem de acompanhamento adequado.

Faço aqui um apelo ao prefeito e à Secretaria de Educação de Barroquinha para que tomem medidas urgentes. A educação inclusiva é um direito garantido por lei, e a falta de cuidadores nas salas de aula representa uma grave violação desses direitos.

Espero que esta denúncia sirva como um alerta e que providências sejam tomadas o mais rápido possível. Nossas crianças merecem respeito, dignidade e acesso a uma educação de qualidade.

A placa na entrada da cidade de Camocim, nas proximidades da sede do Detran regional, nas CE-085, estava prestes a se soltar e provocar um  acidente de trânsito. Ontem, quinta-feira (08), o radialista Miqueias Santos gravou um vídeo e publicou em suas redes sociais denunciando o problema. Além do vídeo, o comunicador também enviou fotos e vídeos diretamente para o whatsapp de servidores do Governo do Estado em Fortaleza. 

Na tarde desta sexta-feira (09) Miqueias gravou outro vídeo. Desta vez, mostrando o problema resolvido. Confira:

O radialista aproveitou e gravou outro vídeo na tarde desta sexta-feira (09), desta vez denunciando problema semelhante já nas proximidades do Posto Tijuca. Confira:

Carlos Jardel

 Descaso por parte da secretaria da saúde poderia ter matado idoso . Filho grava áudio denunciando o desrespeito.