Carlos Bolsonaro encerrou seu modesto ciclo de apenas 23 aninhos como vereador no Rio , afinal, depois de tanto tempo, deve ter percebido que sete mandatos consecutivos talvez ainda não fossem suficientes para “cumprir sua missão”. Agora, decidido a “atender a um chamado maior”, ele parte rumo a Santa Catarina, um estado ao qual é tão ligado quanto turista em férias de verão, mas onde, convenientemente, há duas vagas no Senado.
Em seu discurso emocionado, Carlos garantiu que tudo foi guiado pelo coração, aparentemente o mesmo coração que, por coincidência, bate no ritmo das estratégias eleitorais do PL. Entre declarações saudosas e falas sobre “missão divina”, sobrou espaço também para defender o pai, condenado por tentativa de golpe, e elogiar o único ministro que votou pela absolvição, porque, claro, quando só um concorda com você, o problema deve ser do resto do mundo.
Assim, Carlos parte em sua jornada épica: trocar de domicílio eleitoral para salvar a pátria, ou pelo menos salvar a própria candidatura.
Carlos Jardel

