O deputado federal André Fernandes voltou a defender publicamente a aliança do seu grupo com Ciro Gomes para a disputa ao Governo do Ceará. A declaração ocorre após críticas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que saiu em defesa da pré-candidatura do senador Eduardo Girão.
Segundo André, a decisão de dialogar com Ciro foi tomada em conjunto com o ex-presidente Jair Bolsonaro, durante uma reunião que contou com parlamentares do PL e teve ainda o aval do presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto. O deputado relata que, no próprio encontro, Bolsonaro sugeriu ligar imediatamente para Ciro e que a conversa também teve a participação do senador Carlos Bolsonaro, que apoiou o encaminhamento.
André afirmou que os bastidores da articulação vinham sendo mantidos em sigilo até que houvesse uma definição mais clara do partido, mas decidiu tornar os detalhes públicos após Michelle classificar a aliança como “precipitada”. Em resposta, disparou: “Se a esposa do ex-presidente diz que foi precipitada, então é uma aliança precipitada do próprio marido dela”, declarou após o evento de lançamento da pré-candidatura de Girão, do Novo.
Ainda conforme o parlamentar, houve resistência interna à aproximação com Ciro, hoje filiado ao PSDB, pelo possível desgaste político junto à base bolsonarista. Para contornar o problema, ficou acertado que André assumiria sozinho o ônus da decisão.
“Meu combinado com o presidente sempre foi: se essa aliança der errado, a culpa pode cair em mim”, afirmou.
Ele acrescentou que a avaliação do grupo era de que uma aproximação direta entre Bolsonaro e Ciro poderia ser politicamente prejudicial ao ex-presidente. Assim, optou-se por colocar André como linha de frente da articulação: “Qualquer pancada, o André aguenta”, relatou.
Apesar de toda a movimentação nos bastidores, Ciro Gomes ainda não se manifestou oficialmente sobre uma possível candidatura ao governo do Ceará. Até agora, o único nome confirmado no campo da oposição segue sendo o de Eduardo Girão.
Carlos Jardel
informações do JJ

