Ceará é o 2º estado do Nordeste que mais investe em polícias, aponta estudo - Revista Camocim

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Ceará é o 2º estado do Nordeste que mais investe em polícias, aponta estudo



O Ceará figura como o segundo estado do Nordeste que mais gasta com suas forças de segurança, segundo o estudo O Funil de Investimentos da Segurança Pública e do Sistema Prisional, produzido pela plataforma Justa. Os dados consideram os investimentos de 2024.


De acordo com o levantamento, o Estado destinou cerca de R$ 3,7 bilhões para as polícias Militar, Civil e Científica. Do total, 70%, aproximadamente R$ 2,61 bilhões, foram voltados exclusivamente para a Polícia Militar, que concentra o maior efetivo e tem recebido reforços em concursos, viaturas, equipamentos e reformas estruturais.


A pesquisa mostra ainda que o Ceará foi o estado nordestino que mais investiu no sistema prisional, com R$ 772 milhões aplicados no ano passado.


A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) afirma que o foco dos investimentos está na ampliação do policiamento ostensivo e na modernização das corporações. Em 2024, por exemplo, R$ 2,48 bilhões foram usados para pagamento de servidores da PM e outros R$ 77,8 milhões para armas, viaturas e expansão de batalhões. Em 2025, até novembro, os números já ultrapassam R$ 2,36 bilhões apenas em folha salarial da PM.


Por outro lado, o estudo aponta que a concentração de recursos no policiamento ostensivo tende a privilegiar ações mais visíveis, como abordagens e flagrantes, em detrimento de investigações mais complexas. Segundo o Justa, isso pode gerar um aumento de prisões de baixo impacto, especialmente entre jovens e moradores de periferia.


A SSPDS, porém, destaca que os resultados aparecem na redução da violência. Entre janeiro e outubro de 2025, o Ceará registrou queda de 7% nos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) em comparação ao mesmo período de 2024. Apesar disso, outubro deste ano teve 284 homicídios, o maior número mensal de 2025.


Especialistas consultados ressaltam que os altos investimentos em segurança são necessários, mas defendem que o orçamento também precisa priorizar políticas sociais que atuem sobre as causas da violência, como educação, emprego e assistência.


Carlos Jardel 

informações do DN