Padre canalha e criminoso insulta os orixás e vomita preconceito em cima do caixão de Preta Gil - Revista Camocim

sábado, 2 de agosto de 2025

Padre canalha e criminoso insulta os orixás e vomita preconceito em cima do caixão de Preta Gil



O que esse padre fez não tem outro nome: é crime. Intolerância religiosa, racismo, escárnio contra os mortos, vilipêndio à fé alheia. Um canalha de batina, que subiu ao altar não para falar de Deus, mas para destilar ódio, zombar de orixás, rir da morte de Preta Gil e humilhar milhões de brasileiros que não seguem a religião que ele considera a única verdadeira.


Não há relativismo possível aqui. Não tem "ah, foi só uma opinião", "foi só uma brincadeira", "foi só uma pregação mais dura". Nada disso. Foi intolerância, foi racismo, foi crime. Se fosse um pai de santo zombando de Jesus, estaria algemado no camburão antes de terminar a frase. Mas como é um padre católico, de batina branca, dentro de uma igreja, ainda tem quem passe pano. Ainda tem quem ache bonito.


Pois não é bonito. É nojento. É covarde. É o retrato de uma parte podre da Igreja que nunca desapareceu. A mesma Igreja que abençoou senhores de escravo. Que fez da cruz um símbolo de domínio. Que queimou mulheres, perseguiu indígenas, torturou quem pensava diferente. A mesma Igreja que, hoje, pariu esse padre: um moleque arrogante, desrespeitoso, que usa a liturgia pra espalhar preconceito. Um pulha de microfone.


Esse sujeito subiu no púlpito pra perguntar “Cadê o orixá que não ressuscitou Preta Gil?”. Pois eu devolvo: Cadê o seu Deus católico que não ressuscitou a mulher do Roberto Carlos? Cadê o milagre das novenas, das promessas, das velas, das missas pagas, quando a doença vence? Por que o seu Deus pode falhar sem que ninguém zombe, mas os orixás têm que fazer mágica pra merecer respeito?


Essa gente acha que religião é campeonato. Que fé é disputa de poder. Que o sagrado é propriedade privada do Vaticano. E qualquer um que ouse cultuar o divino de outra forma é ridicularizado, é ridicularizável, é alvo.


E não pense você que é um caso isolado. Há dezenas, centenas, milhares de padres e pastores que pensam exatamente como esse verme. Que acham que umbanda e candomblé são “coisa do diabo”. Que associam preto velho com demônio. Que atacam terreiros, expulsam entidades, mandam quebrar imagens sagradas. Gente com ódio no coração e cruz no pescoço. Gente que deveria estar na cadeia, e não no púlpito.


Porque é disso que se trata: prisão. Não é advertência. Não é retratação pública. Não é suspensão de ordem. É cadeia. Porque racismo religioso é crime. Intolerância é crime. E padre que comete crime tem que responder como qualquer cidadão. Ou então vamos continuar fingindo que a batina dá salvo-conduto pra canalha?


E a Igreja, vai continuar calada? Vai seguir empurrando o lixo pra debaixo do tapete, como sempre fez? Vai esperar mais um padre cuspir na fé dos outros, ou cometer abuso, ou incentivar violência, pra fingir surpresa?


A verdade é simples: enquanto a Igreja não expulsar os criminosos que ela mesma forma, continuará sendo cúmplice. Enquanto continuar educando homens pra acharem que só a fé deles tem valor, continuará sendo instrumento de opressão. E enquanto o Estado não aplicar a lei contra esses delinquentes travestidos de santos, continuará sendo conivente com o preconceito.


A fé de um povo não se julga. Não se zomba dos mortos. Não se transforma o altar num tribunal de escárnio.


Esse padre é um criminoso. Um pregador do ódio. Um intolerante com voz de autoridade. E se a Igreja não o calar, que a Justiça o faça.


Porque só há uma coisa mais repulsiva do que um padre intolerante: uma sociedade que aceita calada.




Carlos Jardel