A “nota de esclarecimento” do prefeito Leandro César é, na prática, o atestado oficial de uma gestão orelhuda, amadora, ignorante e completamente despreparada para lidar com a coisa pública. Uma vergonha redigida em papel timbrado.
Vejamos:
(...) Quero dizer a toda a população de Jijoca de Jericoacoara e reitero que não fui autor da decisão que está sendo questionada judicialmente (...)
Ora, faça-me o favor. Não foi o autor? Foi co-autor. E com gosto. O pagamento desse aumento escandaloso não acontece por mágica nem por passe de espírito santo parlamentar: é ele, Leandro, quem assina a ordem de pagamento. O dinheiro sai da Prefeitura, não da Câmara. E quem segura a caneta que autoriza tudo é ele. A tal “decisão” só virou salário depositado porque ele quis e deixou.
(...) e que estamos colaborando com total transparência com os órgãos de controle, como o Ministério Público do Estado do Ceará (...)
Mentira. Menti-ra. A promotora de Justiça foi cristalina nos autos: oficiou tanto o prefeito quanto o atual presidente da Câmara e, segundo ela mesma, ambos “se limitaram a responder de forma genérica e lacônica”. Ou seja, não disseram absolutamente nada. Não houve “colaboração”, muito menos “transparência”.
Isso que o prefeito chama de transparência, qualquer pessoa séria chamaria de desfaçatez institucional e tentativa de enrolar o Ministério Público com respostas vazias.
A nota é tão fraca que beira o insulto à inteligência alheia. Tenta passar a ideia de que Leandro foi um espectador acidental de um golpe orçamentário do qual ele é beneficiário direto. Não colou.
Carlos Jardel
