Alfinetada
É claro que sim. O aumento salarial foi fruto direto e exclusivo do parlamento, feita no apagar das luzes de 2024, logo após o Natal. Uma medida que, evidentemente, não traria nenhum benefício ao ex-prefeito Lindbergh Martins, tampouco a qualquer integrante de sua gestão, que já se preparava para deixar o cargo.
Portanto, esse reajuste indecente só poderia beneficiar quem assumiria o poder a partir de janeiro de 2025, no caso, o atual prefeito Leandro, seu vice e toda a sua base de vereadores.
Diante disso, a nota covarde, desonesta e intelectualmente indigente do prefeito de Jijoca de Jericoacoara, tentando empurrar a culpa para quem nada tem a ver com o escândalo, é de uma canalhice política grotesca e sem precedentes.
Leandro escreve para sua bolha, para os desinformados que ainda o seguem sem questionar, numa tentativa patética de desviar o foco da sua própria tramóia imoral e criminosa com dinheiro público.
Por mais que minta, dizendo que não sabia, é impossível acreditar. Leandro já havia concluído todo o processo de transição de governo no final de dezembro de 2024. Ou seja, ele e seus assessores tinham pleno conhecimento do decreto parlamentar que aumentava os salários, assim como do valor que precisaria ser repassado de duodécimo para a Câmara Municipal.
Afinal, a partir de janeiro de 2025, Leandro já seria o dono da caneta, a mesma caneta que autoriza todos os pagamentos do município, inclusive o próprio salário.
Se ele sabia do aumento e nada fez, é porque, logicamente, pretendia se beneficiar dele.
E há mais: em janeiro deste ano, o Ministério Público enviou ofício ao prefeito Leandro e ao presidente da Câmara solicitando esclarecimentos sobre o aumento salarial. Segundo a promotora do caso, ambos responderam de forma evasiva, ou seja, não disseram absolutamente nada de concreto.
Esse silêncio conveniente é mais uma evidência do jogo sujo e da tentativa descarada de esconder a verdade da população.
A cada novo movimento, fica mais claro: houve má-fé, omissão deliberada e interesse direto no aumento. O resto é teatro barato.
É vergonhoso. É uma afronta à inteligência da população. E mais: é um escárnio contra a ética na administração pública.
Carlos Jardel