O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) prendeu, nesta terça-feira (29), 14 policiais militares suspeitos de integrar um esquema criminoso que facilitava o tráfico de drogas na Grande Messejana, em Fortaleza. Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos em Fortaleza, Itaitinga, Maracanaú, Russas e Maceió (AL). Dois policiais continuam foragidos.
De acordo com as investigações, os PMs liberavam criminosos com mandados de prisão em aberto mediante pagamento — em um dos casos, a soltura de um traficante teria custado R$ 3 mil. A denúncia inicial, feita de forma anônima no fim de 2022, apontava que os policiais recebiam uma “cota” mensal de traficantes.
Segundo o promotor Adriano Saraiva, do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), os PMs atuavam como um “consórcio com traficantes”, trocando informações por dinheiro e antecipando ações policiais para beneficiar criminosos.
Todos os policiais eram lotados no 16º Batalhão da Polícia Militar, em Messejana, no início da investigação. Havia entre eles um grupo no WhatsApp onde trocavam informações sobre as práticas criminosas. Os principais focos de atuação eram bairros como Paupina, Coaçu e a comunidade Pôr do Sol.
Durante a operação, armas, munições e drogas foram apreendidas. Um dos presos foi autuado em flagrante com maconha e cocaína. Também foi determinada a quebra de sigilo de dados dos aparelhos celulares e a suspensão do exercício da função pública para os alvos.
O coronel Marcus Monteiro, da Polícia Militar do Ceará, afirmou que a corporação está atenta a desvios e que esses policiais “terão a carreira bem curta”.
A defesa de um dos sargentos presos alegou que ele está de licença médica há mais de um ano e que aguarda acesso aos autos da investigação para se manifestar. Os advogados também criticaram qualquer tentativa de julgamento antecipado.
As investigações continuam.
Informações do Diário do Nordeste