E o que dizer de uma professora com vínculo temporário ganhando mais R$ 10 mil?
De acordo com dados do Portal da Transparência, o que se desenha na Prefeitura de Jijoca de Jericoacoara, sob o comando do prefeito Leandro César, é uma verdadeira farra salarial patrocinada com dinheiro público.
O caso mais escandaloso? Uma auxiliar de serviços gerais que embolsa nada menos que R$ 7.327 por mês. Sim, você leu certo. Um salário que ultrapassa, e muito, o que ganha um professor com décadas de sala de aula. E a aberração não para por aí: um agente de tributos recebe mensalmente R$ 8.347, valor que se aproxima do contracheque de um juiz federal. E o que dizer de uma professora com vínculo temporário ganhando R$ 10 mil?
Não, não é piada. É o retrato de uma gestão que parece ter perdido a noção da realidade.
Enquanto servidores estratégicos e áreas essenciais enfrentam falta de recursos, escolas seguem sem merenda, postos de saúde beiram o colapso e a população lida com o abandono institucional, a elite do funcionalismo local desfruta de salários de novela. Tudo isso sob uma gestão que insiste em se vangloriar de “projetos em andamento” e “parcerias internacionais”.
A pergunta que não quer calar: quem são os privilegiados? Como justificar que cargos comissionados ou funções básicas tenham vencimentos capazes de causar inveja até em deputados estaduais?
A discrepância entre o que se paga e o que se entrega é revoltante. E como sempre, as justificativas escorrem e desaparecem, como pegadas nas areias da praia da Malhada.
E convenhamos: o que esperar de um prefeito que só faltou nomear os cachorros de estimação para o primeiro escalão da folha de pagamento?
É a famosa “bolha salarial” que desafia a moralidade, o bom senso e, principalmente, o respeito ao dinheiro do contribuinte.
Carlos Jardel