Parece que a União dos Vereadores do Ceará (UVC) decidiu dar um recado claro para quem ainda acredita que só vontade política basta: não adianta gritar "democracia" nas redes sociais se você não consegue nem montar uma chapa conforme o estatuto. A vereadora Kath Anne Meira da Silva resolveu ser protagonista de um dos episódios mais constrangedores do pleito da entidade – sua chapa, “UVC DE TODOS”, foi oficialmente indeferida. E não foi por perseguição política, como ela tenta pintar em seus dramáticos textões no Instagram, mas sim por pura e simples incompetência.
Vamos aos fatos: a filiação da vereadora à entidade foi feita no apagar das luzes, no dia 20 de março de 2025, o famoso “em cima da hora” que não cola nem como desculpa para esquecer aniversário de casamento. Além disso, sua chapa conseguiu ignorar a obrigatoriedade de cargos essenciais, como membros da diretoria seccional e do conselho consultivo – erros básicos, daqueles que até quem participa pela primeira vez de uma eleição de grêmio estudantil sabe evitar.
E não para por aí: houve ainda duplicidade de nomes na composição da chapa. Sim, isso mesmo. Gente inscrita em mais de uma chapa, como se eleição fosse rodada dupla de churrasco. A Comissão Eleitoral até tentou ajudar – abriu prazo para correção, fez diligência, deu tempo – mas nem assim a vereadora e sua equipe conseguiram regularizar a situação.
No caso do senhor Alexandre Lopes dos Santos, por exemplo, a escolha foi feita: ele ficou com a “UVC DE TODOS”. Pena que o resto da chapa não teve a mesma pontualidade para resolver o restante das pendências. Resultado? Chapa indeferida. E o discurso de “golpe” ganhou força nas redes sociais – afinal, sempre que se tropeça nas próprias falhas, o culpado vira o sistema.
Kath Meira, com sua habitual eloquência performática, agora grita contra "boicote", "falta de transparência" e "ataques à democracia". Mas esquece de mencionar que sua tentativa de disputar a presidência da UVC naufragou por desatenção às regras. Regras essas que estão no estatuto da entidade – aquele mesmo que ela deveria ter lido antes de escrever sua carta aberta repleta de indignação seletiva.
O mais curioso é ver quem acusa de uso indevido da estrutura da UVC ao mesmo tempo em que faz campanha aberta nas redes, se coloca como vítima e clama por união “contra a injustiça”. Tudo muito conveniente. Afinal, quando não se sabe perder, resta posar de heroína.
A UVC DE TODOS acabou sendo de ninguém. E a mensagem que fica é simples: não basta querer representar. Tem que estar apto. E, no mínimo, ler o estatuto.
Carlos Jardel