O líder português assumiu que o país foi o causador dos danos sofridos pelo Brasil durante a era colonial, incluindo massacres a indígenas, a escravidão de milhões de africanos e o saque de bens. Marcelo ainda afirmou que a nação portuguesa deve enfrentar as consequências dos atos e crimes praticados naquele período.
“Tempos que pagar os custos [pela escravidão]. Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso”, declarou o presidente.
Este é considerado um momento histórico, visto que é a primeira vez que um líder português assume publicamente a culpa pelos crimes cometidos no período colonial. Contudo, mesmo tendo apresentado uma fala sobre a necessidade de reparação, Rabelo de Souza não especificou os detalhes de como isso seria feito.
Portugal reconhece pela primeira vez a culpa por escravidão no Brasil
No Brasil, a declaração de Rebelo de Sousa despertou reações diversas. Para as autoridades e ativistas, as discussões a respeito de uma possível reparação são resultado de décadas de demandas por justiça. A ministra da Igualdade Racial, Aniele Franco, afirmou que a fala de Portugal sobre reparação é fruto de “séculos de cobrança”. Já partidos de direita criticaram o posicionamento luso, taxando-o como uma “vergonha”.
Estimativas apontam que Portugal escravizou cerca de 4 milhões de homens, mulheres e crianças, levados da África para o Brasil.
GC+