O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou em silêncio durante depoimento marcado para esta quinta-feira (22) na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília-DF. O ex-chefe do Executivo compareceu ao local, onde, às 14h30, foi recebido pela PF para prestar seu depoimento, que faz parte da Operação Tempus Veritatis. O silêncio é um direito dos investigados.
A estratégia de não responder à PF já havia sido antecipada pela defesa de Bolsonaro, que, durante a semana, tentou adiar o depoimento por três vezes, alegando que não tiveram acesso a todas as provas. Em todas as tentativas, no entanto, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Alexandre de Moraes, rejeitou o pedido.
OPERAÇÃO TEMPUS VERITATIS
De acordo com a PF, o entorno de Bolsonaro se dividia em diferentes núcleos com funções como “desinformar a população”, “atacar o sistema eleitoral”, “pressionar militares” e “elaborar documentos jurídicos que atendessem aos interesses golpistas para manter o ex-presidente no poder”.
Após um dia da deflagração da Operação, o STF tornou público vídeo de reunião de Bolsonaro com integrantes do seu corpo de ministros. No encontro, que ocorreu no dia 5 de julho de 2022, antes das Eleições Gerais, o então presidente aparece orientando os seus ministros a questionar as urnas e o papel do Poder Judiciário. Demonstrando preocupação com uma possível vitória do então candidato e agora presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro cobrou que seus ministros adotassem discursos de tom crítico a instituições como o STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).