A reunião do PDT convocada pelo senador Cid Gomes nesta segunda-feira (26) somou mais pedetistas com mandatos do que o encontro regional promovido pela cúpula da legenda nacional nos últimos dias 22 e 23 deste mês, em Fortaleza. O ex-governador reuniu mais de 50 prefeitos, deputados estaduais e federais na tarde desta segunda-feira (26), após desdobramentos que agravaram a crise no partido.
Cid deixou o encontro para ter nova reunião com o atual presidente do PDT, André Figueiredo, mediada pelo presidente nacional licenciado, Carlos Lupi, que está em Fortaleza. A reunião dos cidistas aumentou a pressão para que haja mudança no comando da sigla.
Estiveram presentes os deputados federais Idilvan Alencar, Leônidas Cristino e Enfermeira Ana Paula, além dos licenciados Robério Monteiro e Eduardo Bismarck. Dos estaduais, estiveram o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão; a irmã de Cid, Lia Gomes, o líder do Governo, Romeu Aldigueri, Guilherme Landim, Sergio Aguiar, Osmar Baquit, Guilherme Bismarck, Jeová Mota e Antônio Granja, além dos licenciados Salmito Filho e Oriel Nunes. O prefeito de Sobral e irmão de Cid, Ivo Gomes, também está presente.
Primeiro a deixar o encontro, o deputado Idilvan Alencar antecipou que Cid está ouvindo cada participante e prepara documento que deve oficializar um pedido de reunião com a Executiva nacional para tratar da presidência do PDT. "Uma reunião tranquila. Cid está ouvindo as pessoas de uma por uma. Ele falou, fez um histórico desde 2022, da eleição para governador e está ouvindo as pessoas", disse o deputado.
Nenhum deles participou do encontro regional do PDT, organizado pela Executiva nacional. O evento escancarou o racha partidário, marcado pela atual disputa pela presidência do PDT Ceará entre Cid e o atual presidente André Figueiredo. Na quinta-feira (22), antes do evento, ambos tiveram uma reunião sobre o tema, que não resultou em acordos.
O cenário foi agravado por entrevista do ex-ministro Ciro Gomes ao PontoPoder, na qual mostrou que a briga com o irmão permanece inalterada desde o racha nas definições eleitorais de 2022, quando Ciro apoiou a candidatura do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, e Cid, a da então governadora Izolda Cela. A disputa foi o cerne da crise, que se arrasta desde então.
O encontro regional do partido acabou sendo esvaziado por aliados de Cid, com a presença de Ciro, de dois deputados federais: Figueiredo e Mauro Filho; de três deputados estaduais, Cláudio Pinho, Antônio Henrique e Queiroz Filho; do prefeito de Fortaleza, José Sarto, do ex-prefeito Roberto Cláudio, do presidente da Câmara Municipal, Gardel Rolim e parte dos vereadores da legenda.
No evento de ciristas, diferentes discursos defenderam a permanência de André Figueiredo à frente do PDT Ceará, dentre eles o próprio Ciro Gomes. Em entrevista, o atual presidente tem dito que seu cargo tem vigência até dezembro deste ano e que, só a partir de então, tratará da presidência.
"O PDT realmente vivencia um momento difícil, ontem (quinta-feira) se acentuou isso, e nós temos que lutar até o fim pela unidade. Mas se não tiver unidade, o que a gente pode fazer? Vamos para o enfrentamento. Isso é muito ruim. Não posso dizer que estou confortável com essa situação, porque verdadeiramente não estou", disse André na sexta-feira (23).
A reunião convocada por Cid, vice-presidente do PDT no Estado, não tem aval da presidência da legenda. Na chegada ao evento, nem o senador nem seus correligionários quiseram adiantar o teor da conversa.
*Com informações da repórter Luana Barros.
Diário do Nordeste