Acompanhei por meio da imprensa local, e também estadual, a recente ação da Superintendência do Patrimônio da União - SPU, destruindo as barracas (e até residências) de pesacadores da Praia das Caraúbas, em Camocim. As cenas das maquinas, realizando as demolições, são realmente chocantes, porque são patrimônios de pessoas pobres, trabalhadores, pescadores e marisqueiras que realmente necessitam dos barracos, não por uma questão de luxo ou de lazer, mas sim por uma questão de sobrevivência.
As máquinas não derrubaram apenas os barracos, mas também o trabalho e os sonhos dos mais humildes.
E por mais que se diga: "foram erguidas irregularmente", mesmo assim, a destruição exala o odor da injustiça com os mais pobres.
Os pescadores sempre estiveram lá, trabalhando, guardando seus equipamentos e nunca foram desrespeitosos com a praia, com o mar e com meio ambiente, porque se assim agissem estariam sendo desrespeitosos com suas próprias existências.
É bom que se diga: os pescadores artesanais são os que mais respeitam o mar, a praia, a natureza, porque a relação estabelicida por eles não poderia ser outra, a não ser de puro amor.
Por isso é difícil entender que nativos estejam desrespeitando o seu próprio ambiente de sobrevivência. Porém, é fácil detectar quem realmente desrespeita e destrói o meio ambiente.
A praia é dos pescadores assim como os pescadores são da praia. Essa relação precisa ser inviolável e respeitada. Isso é uma questão de Justiça.
As leis nem sempre são justas. Por isso precisam sempre de constantes revisões. É isso que o episódio ocorrido com os pescadores da Praia das Caraúbas evoca: leis mais justas para corrigir as injustiças.
As autoridades públicas precisam agir em prol dos mais fracos.
Minha solidariedade aos pescadores e suas famílias, que vivenciaram o drama da destruição.
Frota Neto