Um dos policiais militares alvo das Operações Gênesis e Saratoga, deflagradas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Ceará (MPCE) deve voltar ao presídio. A Justiça decidiu que o 2º sargento Paulo Rogério Bezerra do Nascimento retorne ao presídio militar, porque vem violando o monitoramento eletrônico.
Paulo Rogério é um nome conhecido entre os promotores do Gaeco. O PM responde a uma série de crimes, dentre eles extorsão, corrupção, organização criminosa e tráfico de drogas. Em um dos casos, o sargento foi flagrado por meio de uma interceptação telefônica tramando junto a outros policiais abordar um comerciante para extorqui-lo.
De acordo com o juiz da Vara da Auditoria Militar do Estado do Ceará, o acusado está em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica para tratamento de saúde desde 1º de setembro de 2022, mas vem descumprindo a medida cautelar. O sargento nega.
O MPCE emitiu parecer pelo cumprimento imediato da prisão processual
Na versão do acusado, ele alega que as violações não existiram e que sempre permaneceu dentro da sua residência. Paulo Rogério diz que reside em um sítio que a área é considerada fora do perímetro faz parte da sua casa, "pois constituem o deck, com piscina e garagem do imóvel". Ele ainda diz que outras violações foram excepcionais, porque precisou sair do perímetro demarcado para ir a consultas médicas.
PRÁTICAS ILÍCITAS
Consta em um dos processos contra Paulo Rogério que ele atuava na coordenação de situações criminosas, se aliando a outros agentes para extorquir vítimas. Em 2017, o agente teria participado de uma extorsão a um proprietário de mercadinho, que também atuava como agiota.
Já em outro caso, ligado a Operação Saratoga, o sargento estaria ligado a uma facção criminosa paulista, se valendo da função enquanto militar para acobertar o tráfico ilícito de entorpecentes.
"Os crimes eram perpetrados diuturnamente e, na maior parte das vezes, no próprio turno de serviço dos denunciados, com pleno abuso das prerrogativas que a farda e a função policial lhes incumbiam. Proteger a comunidade e praticar o policiamento ostensivo da área eram atitudes preteridas por tais agentes da lei quando assumiram o controle da viatura. Ao contrário, reiteradamente arquitetaram, planejavam e executavam extorsões, roubos, tráfico ilícito de entorpecentes, associação para o tráfico, corrupção passiva e o comércio irregular de armas e munições", conforme denúncia do Gaeco.
Diário do Nordeste