Zezinho no tripé em que se desenha sua vida pública politica. - Revista Camocim

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Zezinho no tripé em que se desenha sua vida pública politica.


O Zezinho, enquanto radialista critico e opinativo, sempre teve meu respeito e sempre terá. É tanto que nunca emiti publicamente qualquer critica ao seu trabalho, apesar de discordar de grande parte de seu conteúdo, principalmente no tocante a politica local. Muitas vezes cheguei a defender sua posição profissional contra a "galera da discórdia". Mas hoje vou me dar ao direito de falar sobre as impressões que tenho a respeito das relações politicas que ele mantém com grupo Aguiar. Vamos lá:

Existem três fatos na vida pública do vereador  dos quais  ninguém pode reclamar, e muito menos se espantar. Primeiro: sua clássica coerência politica. Segundo: sua rebeldia momentânea e terceiro; sua inquestionável atração pelo grupo Aguiar! Eis o tripé no qual está desenhado o comportamento público do radialista que se tornou vereador de Camocim.

Um fato que merece ser reconhecido, e que considero algo positivo na carreira do Zezinho, é que ele soube utilizar muito bem este tripé para impulsionar sua vida pública. Seu tom critico sobre a estrutura e o contexto da politica local, disparado do lugar privilegiado de quem opina alcançando as massas, naturalmente lhe projetou, dando-lhe notoriedade, conferindo-lhe um lugar de destaque no universo politico. E considero que  isso não foi positivo pelo poder de critica honesta, haja vista que sempre foi um excelente tendencioso e, muitas vezes, leviano, mesmo se esforçando para mostrar o contrário, valendo-se da insustentável tese: imparcialidade! Foi algo positivo do ponto de vista da publicidade de sua existência incidente neste aspecto da organização da vida social, e isso ninguém pode negar.

Mas o fato e o foco estão nas variáveis deste comportamento, que neste momento de vereança depõe predominantemente contra ele, sobrepondo qualquer tese que venha em sua defesa com a finalidade de livrá-lo dos estigmas que todo politico, querendo ou não, tem. A imagem que ele criou de si, antes de ocupar a Tribuna  Legislativa, é muito forte; é de subserviência ao poder! Algo incapaz de se desfazer  apenas com a retórica, sem  uma nova práxis. 

Para entender melhor, basta verificar a linha do tempo. Vejamos: o vereador já chegou a detonar o projeto politico do Sérgio Aguiar nos microfones da Radio União - emissora de propriedade Aguiar - na mesma época em que declarou apoio ao então candidato Chico Vaulino. Por isso, ele foi praticamente expulso da referida emissora, que lhe negou a integralidade dos seus direitos trabalhistas, tendo o caso ido parar na Justiça do Trabalho em Sobral. 

Então, o radialista, sem pedir segredo, passou a desqualificar o deputado Sérgio Aguiar, seu grupo e sua maneira de fazer politica. Tornou-se um 'militante anti-Aguiar e anti-oligarquias'. É tanto que chegou a apoiar a candidatura do João Siebra para deputado estadual, contrapondo o modelo vigente de polarização na cidade.

Mas o tempo passou e não demorou muito para encontramos Zezinho detonando o governo Vaulino e, novamente - acredite se puder - apoiando e elogiando o governo Aguiar, só que desta vez nos microfones da Rádio Pinto Martins FM, sob direção do ex-deputado estadual Edilson Filho, diretor da emissora, com quem  Zezinho  também conseguiu divergir, resultando na sua saída do canal.

Finalmente Zezinho voltou para os microfones controlados por Sérgio Aguiar - a Meio Norte FM Camocim - onde deu continuidade a sua  linha de atuação em defesa do Governo Monica e de ataque intensivo ao grupo de oposição.  

Não demora muito e vamos encontrar ele bem alinhado no palanque politico de Sérgio Aguiar, não como apresentador de eventos, mas como candidato a vereador, apoiado pelo advogado Zenilson Coelho. 

Já eleito vereador, Zezinho faltou a uma importante sessão legislativa em que seria votado um projeto da prefeita Monica. Sua falta lhe rendeu a suspensão do programa que apresentava diariamente na Rádio Meio Norte FM. Ele até chegou a reclamar azedamente sobre este acontecimento durante uma sessão da Câmara.

E para ser mais breve: o vereador radialista desde que assumiu uma cadeira no Legislativo tentou manter um padrão diferente, criticando levemente, mas ao mesmo tempo elogiando e aprovando medidas questionáveis do Executivo, uma espécie de "independência dependente", o famoso "morde e assopra."Sendo que foi numa destas mordidas - em que ele demorou assoprar - que se deu toda a polêmica mais recente.

Foi a declaração de apoio ao deputado Robério Monteiro para a Câmara Federal, rejeitando a opção imposta por Sérgio -  no caso, o deputado federal Leônidas Cristino - que resultou num racha temporário, com direito a anúncio da criação de um bloco parlamentar independente: Zezinho, Ismael, Oliveira e James.  Projeto que não vingou! Zezinho e James voltaram atrás!

Pelo histórico que explicita toda sua lógica de figura pública, já era de se esperar tal comportamento, como era de se esperar sua retórica moralista, negando tudo e tentando diminuir a polemica, querendo se sobressair da critica pública como vítima, como o bom moço da história, apontando o dedo para os políticos que ele considera inservíveis.

Agora, na real: o vereador deve se tocar que ele já  saiu do lugar privilegiado da critica e passou para o local do criticado. Saiu do comando da manipulação da opinião e tornou-se objeto desta mesma manipulação. Se inseriu  no contexto das tramas politicas, dos acordos escusos, da falta de vergonha e de escrúpulos, intensificou sua aliança com a rede suja da politica, passou a ser diretamente, sem fazer diferença alguma, mais um membro ativo do vergonhoso sistema politico.

- Apenas para constar: ao longo dos anos, a oligarquia Aguiar não melhorou em nada! Mantém as velhas práticas politicas e administrativas.

Na etapa desta novela, venceu a chacota dos capachos, que disseram - e eu noticiei - que Zezinho estava apenas valorizando o passe e que Sérgio iria mostrar quem manda no pedaço. É o que eles continuam dizendo...

Carlos Jardel