Vazou dois áudios do vereador Júnior Cabeção explicando os motivos pelos quais se desligou do prefeito Sebastião. Em um dos áudios, falando com um "Dr. Michel", ele diz que o prefeito "não ajuda os vereadores dele", e que estes ganham apenas "o salariozinho", que não dá para cumprir com os compromissos assumidos com o povo".
No outro áudio ele fala com o ex-prefeito de Granja, Romeu Aldigueri, justificando por que não mais o apoiará nas eleições deste ano. É que segundo sua tese, caso continue com Romeu, "todo mundo vai falar que os votos são do prefeito (sebastião)".
Alfinetada
A pergunta é bem direta: qual é o tipo de valorização que o vereador Júnior Cabeça queria do prefeito Sebastião? Aliás, qual o tipo de valorização que um prefeito pode dar a um vereador?
Se for ajuda em dinheiro, o nome que se dá a essa imoralidade é: corrupção ativa!. Se for a concessão de aluguel de veículos ou imóveis, o nome disso também é: corrupção ativa! Se for emprego para familiares, nos quadros da municipalidade, sem concurso público ou sem ser através de seleção pública, fora dos instrumentos legais garantidos pela Constituição Federal, é também corrupção, uso da máquina pública em beneficio próprio.
"Salariozinho"
Os compromissos que um vereador assume com o povo consiste em distribuição de dinheiro? NÃO. Distribuir dinheiro para a população sem que seja através de doação legalizada, por exemplo, a uma ONG, reconhecida em cartório, obedecendo certas burocracias legais, não passa de compra votos, a perpetuação de um prática coronelista, clientelista, assistencialista sem compromisso algum com a emancipação das pessoas.
Quando um vereador pretende ganhar mais dinheiro das estruturas públicas, além do seu salário - que naturalmente é muito acima da média de um trabalhador comum -, ele está sugerindo corrupção!
O compromisso que um vereador pode assumir com a população é de legislar! criar leis em beneficio da população, fiscalizar a máquina pública, aprovar ou reprovar projetos que sejam do interesse do povo, que esteja de acordo com a Constituição Federal, com a Lei Orgânica do Município e com o Regimento Interno da Casa.
A valorização que o prefeito deve dar a um vereador, é a valorização que as leis lhe asseguram e o obrigam: repassar o duodécimo para a Câmara se manter. Respeitar e estimular a independência do Legislativo, sem negociatas, sem subornos, sem extorsão, sem chantagem, sem querer e sem oferecer regalias inconstitucionais. Nada mais além disso!
O aspecto politico da relação entre prefeito e vereador deve ter a ética como fundamento, sem que compromissos assumidos sejam tratados na esteira da ilegalidade. Sim, existem acordos políticos legais, justos e honestos que priorizam o bem coletivo e não o particular.
Um partido politico, por exemplo, pode ajudar o Gestor a governar com ideias e até mesmo comandando honestamente uma pasta municipal. Mas não pode, jamais, fazer disto um instrumento de corrupção para o enriquecimento ilícito de seus membros, através das manobras escusas.
O Vereador Júnior Cabeça, nos áudios, tem tratado de uma valorização que não lembra a coisa certa, principalmente quando se direciona para o lado politico que evidentemente sujou Chaval.
Carlos Jardel