PREFEITA PRECISA MUDAR A LÓGICA DE SEU SECRETARIADO, EXTIRPAR BAJULADORES E PASSAR A GOVERNAR DE FATO - Revista Camocim

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

PREFEITA PRECISA MUDAR A LÓGICA DE SEU SECRETARIADO, EXTIRPAR BAJULADORES E PASSAR A GOVERNAR DE FATO

A senhora Monica Aguiar, que no final da tarde de ontem, dia primeiro de Janeiro, foi empossada pelo Poder Legislativo Municipal para exercer pela segunda vez consecutiva o mandato de prefeita de Camocim, juntamente com o seu vice- prefeito, Chiquinho do Peixe, tem pelos próximos quatro anos a dura missão de desenvolver Camocim em todos os aspectos da administração pública: educação, ação social, infraestrutura, saúde, geração de emprego e renda dentre outras, sendo estas duas últimas de extrema urgência, pois a cidade está doente e desempregada, e as respectivas pastas municipais (secretaria da saúde e do turismo)  que, em tese, seriam responsáveis para cuidar diretamente destes dois pilares básicos da municipalidade, trabalharam com extrema deficiência, tornando a vida da população, sobre tudo dos mais pobres, um verdadeiro suplicio no primeiro mandato de Monica Aguiar. 

É importante reconhecer que o  fato da prefeita ter sido reeleita não conota necessariamente que ela tenha tido uma excelente gestão, pois tão qual "aleijado" foi seu primeiro mandato é/está a Democracia Brasileira através de seus mecanismos estruturais, que historicamente vem permitindo e patrocinando verdadeiras aberrações nas instâncias de representações da sociedade, muito embora, na medida do possível,  tenha que se reconhecer e respeitar o resultado das urnas ( a questão não é o voto depositado nas urnas, mas sim o modus operandi para se captar o voto).  

Também o discurso emocionado da prefeita, tanto na diplomação como na posse, não serve para qualificar sua gestão. Como também não pode significar nada no dia a dia da pessoa que precisa enfrentar a tormenta para comer, beber, se consultar com um médico, fazer um exame, comprar um medicamento e  suportar o peso emocional  e perverso do desemprego. Diante destas realidades, o discurso da prefeita serve apenas como um analgésico para determinadas situações de massa. A promoção do bem comum pede distância das retóricas comprovadamente demagogas e hipócritas. 

A prefeita precisa mudar a lógica!   

Agora, por onde começar? 

Ela deve urgentemente nomear para estas pastas com dificuldades de funcionamento pessoas mais competentes, audaciosas, técnicas e, além disso, a chefe do executivo deve dar autonomia para que seus secretários executivos protagonizem as mudanças necessárias em beneficio da população, pois, sem autonomia, os secretários ficam atados pés e mãos e consequentemente acabam servindo apenas de marionetes inexpressíveis, estando apenas para embolsar o rico salário e manter status de autoridade pública.

- Inclusive a própria prefeita tem que ser mais autônoma, mais independente da figura do deputado Sérgio Aguiar. Comenta-se na cidade que quem governa a prefeitura é ELE e não Ela.  O "agora é ELA", deveria ter sido "agora é ELE" novamente.

Ainda falando de autonomia nas pastas, é necessário lembrar que quem tentou de alguma forma colaborar na primeira gestão, obedecendo a lógica do minimamente correto e aspirando autonomia, acabou tendo que pedir demissão, como no caso da ex-secretária  da Cultura, Ana Maria Veras e do Dr. Márcio, ex-secretário da saúde - o Márcio, na nossa avaliação, foi quem mais apresentou qualificação e honestidade à frente da saúde pública municipal, e sua saída ajudou a afundar ainda mais o moribundo sistema público, algo que não foi diferente na Cultura, quando Ana Maria pediu as contas.  Não ter tido uma substituição a altura foi outro erro mais grave ainda. E os motivos pelos quais os secretários teriam pedido a demissão teria sido justamente este: falta de autonomia!

Assim, podemos dizer que falta esta coragem honesta  em  muitas figuras que engoda o comissionado do Executivo. 

A figura de  um secretário, qualquer que seja, deveria usar de mais honestidade quanto a sua capacidade intelectual, técnica e até mesmo politica, só aceitando o cargo diante de uma autoavaliação critica.  Um escolhido, ou escolhida, não deveria  aceitar o convite apenas pensando no bolso ou no status que a função oferece. Há de se pensar primeiramente na população que, dependendo do seu trabalho, poderá se beneficiar ou até mesmo morrer com um gesto administrativo mal dado. 

Bom, este seria um passo importante e corajoso que a prefeita Monica precisaria dar  para realmente qualificar seu governo e mudar para melhor a vida da cidade . 

Ainda na mesma estrada a ser trilhada com coragem e ousadia, a prefeita deve ter ao seu redor, lhe assessorando, nenhum, ou, se for pedir demais, menos bajuladores e mais profissionais. Os bajuladores são verdadeiras pragas devastadoras e por isso, em regra geral, não pensam no bem da coletividade, pelo contrário, são inimigos da sociedade - logo deveriam ser extirpados da vida pública.

- Os bajuladores devem aceitar que a monarquia dos tempos passados já não mais existe, e que o papel de "bobo da corte" deixou de ser relevante. Nestes tempos de democracia, esta função é atribuída aos animais de estimação familiar. Além do mais, todo bajulador metido a bobo da corte é traiçoeiro, não é de confiança, por isso os cachorros são mais solicitados para a função. 

Promover estas transformações significa administrativamente e politicamente cortar a própria carne, romper com o ciclo vicioso que destrói a vida de milhares de pessoas dentro deste contexto de sociedade, que, mais do que nunca, tem emitido mensagens audíveis de que é insustentável viver na espetacularização que se tornou a  precarização da máquina pública.

A pergunta é, a prefeita teria coragem de inciar seu novo mandato fazendo estas observações?  E não cabe aqui, como resposta,  um discurso convencional e meramente protecionista de governo. Muito embora ele seja necessário em determinadas ocasiões e para determinadas atitudes, mas aqui a questão diz respeito ao caso real da vida estruturada em sociedade , ou ao caos real em qual vive a população, e repito, sobre tudo os mais pobres. 

Carlos Jardel