Quem logra êxito num concurso público adquiri para si uma propriedade intelectual inalienável - pelo menos se pensava assim -, adquirida com a moeda mais confiável do mundo, a do saber, esta que é cunhada na casa do intelecto. Agora imaginem o desgosto de um latifundiário da cultura, vendo sua propriedade sendo invadida pelos sem-terra do conhecimento, estes que, à moda de gafanhotos, se assenhoram de tudo, causando danos estes e aqueles aos legítimos donos; mas não há de ser nada, pois quem compra uma propriedade intelectual compra 100 e além de tudo Deus é mais e, dizem, nunca dorme! Há até um ditado que diz: "Pra frente é que as malas batem!"
Este fato me traz à lembrança um colega de banco que largou o emprego, mesmo sendo chefe de carteira, para se dedicar aos estudos com mais afinco e hoje em dia é um alto executivo da Receita Federal, ganhando ele só por mais de 10 seus ex-colegas. Sabe por que? Porque a moeda da instrução é a mais confiável do mundo, valendo um delas, que seja um copeque, mais de um milhão das moedas do não-saber e da sem-razão!
Com este texto solidarizo-me aqueles que tiveram suas propriedades intelectuais usurpadas.
(Texto de Raimundo Bento Sotero, postado no Facebook)