O Revista Camocim reproduz o artigo do Paulo Júnior, publicado em seu blog AQUI
Vamos logo para o porquê da
indagação. Se fosse até o começo dos anos 70, poderíamos dizer que sim.
Antigamente, o poder patriarcal era equiparado ao de um monarca absolutista,
motivado muito pela falta de informação dos herdeiros e pela cultura contra a
independência da formação da opinião. Ou seja, se o chefe da casa votava em
candidato X, todos os familiares o seguiam. Se o patriarca torcia para time Y,
os sucessores também o seguiam. Vez ou outra, havia um rebelde, mas era algo
raro.
Aí veio a popularização da TV nas
residências do país, a influência da mídia, o surgimento da internet e a
criação de celulares com "super-poderes". Ou seja, surgiram novos
formadores de opinião, e mais: os caciques familiares não tinham mais como
controlar o modo de pensar de suas esposas, filhos e netos. Isso é evolução. A
rebeldia é necessária, pois todos os líderes cometem erros, e alguém precisa
mostrar isso. Porém, ainda existe na mentalidade de alguns políticos, a
"rotulação" de algum grupo devido ao candidato que o patriarca vota.
O que acontece: Muitos sucessores são ignorados pelos adversários, o que gera o
surgimento de novas lideranças, o que é até bom.
Onde está o lado ruim? Eis que segue:
o coronelismo e o clientelismo nunca mudaram, e seguem fortes como nunca em
pleno século XXI, e com muitas pequenas lideranças surgindo de forma
desordenada e heterogênea, acaba por surgir nenhuma força opositora contra os
medalhões da política. Muitos políticos experientes se deixam levar pela
cultura da "hereditariedade do voto", uma vez que o pai pode até
influenciar no voto dos filhos, mas também não pode, e o filho intelectual pode
sim influenciar uma rede de amigos. Ou seja, ainda acreditam no poder familiar,
onde o poder econômico e científico é que fazem a engrenagem rodar.
Enquanto os políticos alienados
seguem nessa onda da "herança de votos", os expertos buscam a
"herança de ideias". Aí, este últimos, nunca saem do poder. E as
novas lideranças que se elegem, sabem usar o sistema a seu favor. Parece um
discurso corrupto, mas não é: Ser uma mudança não é ir contra o sistema da
política, a dançar conforme a música com acordes diferentes. Fazer algo a mais,
uma coisa simples que a sociedade busca. Voto não se herda, se vai atrás. Ó,
políticos tontos, camarão que dorme a onda leva...
PS: Se eu voto em um cara, nada
me obriga a votar na mulher dele, ou no filho, ou no sobrinho, ou no genro...