“Temos a sétima capital mais
violenta do mundo. Será que isso não tem jeito? Tem”, disse Eunício, que citou
a política de tolerância zero aplicada em Nova York (EUA) como exemplo de
remédio conveniente para a criminalidade crescente no Ceará. “Por que não é
possível aqui? É possível sim”. No mundo dos negócios, Eunício atua no setor de
segurança privada.
Além da segurança, a
concentração da economia no Estado também foi criticada. “Dá pra aceitar que no
Ceará, dos 184 municípios, apenas cinco concentrem 70% da renda?”. Disse ainda:
“o governador Cid tem uma formação diferente da minha. Ele é engenheiro. Eu sou
das ciências humanas. Ele acha que fazer um prédio de 20 andares é algo
resolvido. Eu penso diferente”.
O senador também afirmou que
“se eu chegar lá, vou fazer um governo de diálogo”, porque “o poder isola
muito”. O discurso se dá oito dias após a entrega dos cargos anteriormente
ocupados pelo PMDB no Governo do Estado.
Contra a máquina
Eunício declarou que “não tem
medo” de enfrentar o poder que o governo estadual exerce sobre prefeitos e
vereadores. “Dizem: tem uma máquina, tem duas, dez, cem. Mas, não tem o povo,
não vai pra lugar nenhum”. Ele lembrou que, em 2006, Lúcio Alcântara era um
governador bem avaliado e apoiado pela maioria dos prefeitos, mas perdeu para
Cid.
Ao chegar ao Clube de Caça e
Pesca de Crateús, Eunício ressaltou que “não rompeu” com Cid, mas, na falta de
apoio dele à sua candidatura, vai seguir adiante. “O PMDB foi pedir
reciprocidade e não recebeu e agora espera ter a reciprocidade do povo do
Ceará”.
O senador reiterou crer que
nem o ex-presidente Lula nem a presidente Dilma Rousseff farão campanha para o
candidato que Cid lançar. “Ela me disse que tem muita dificuldade de vir pra cá
contra alguém que sempre apoiou os projetos dela. Eu não acredito que meu amigo
presidente Lula e a presidente Dilma venham ao Ceará fazer qualquer tipo de
comportamento contrário ao PMDB”.
Governo rebate
Procurado pelo O POVO para
comentar as críticas, o deputado estadual Sérgio Aguiar (Pros) disse que “não
faz sentido o senador dizer que a violência é culpa do poder público. Ela é
resultado do consumo e do tráfico de drogas”. Sobre a concentração da renda,
Aguiar afirmou que “aumentou a proporcionalidade dos investimentos para o
interior do estado, que antes eram feitos apenas na região metropolitana de
Fortaleza”.
PMDB - Diretório Estadual do
Ceará
Onde: Rua Júlio Ibiapina, 318
-Meireles - Fortaleza - CE
Telefone: PABX: (85) 3242.7466
Saiba mais
Além de prefeitos e deputados
estaduais e federais peemedebistas, o evento em prol da candidatura de Eunício
ao governo teve a presença de vereadores de Fortaleza filiados a outros
partidos.
Estiveram em Crateús os
vereadores da capital Vaidon Oliveira (PSDC), Gelson Ferraz (PRB), Ziêr Férrer
(PMN) e Alípio Rodrigues (PTN), além do presidente da Câmara dos Vereadores,
Walter Cavalcante (PMDB).
Eunício também conta entre
seus apoiadores com o advogado Fernando Férrer, conselheiro da Seccional
Cearense da OAB, e com João Oliveira, de quem muitos cearenses ainda devem
recordar como o candidato de eleições passadas que simulava uma tesoura com a
mão e prometia “cortar o mal pela raiz”.
O POVO
