A Convenção Fraternal das
Assembleias de Deus no Estado de São Paulo (Confradesp) pode cassar o título de
pastor do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) por ele ter dado uma entrevista à
revista ‘Playboy’, cujo carro-chefe é a publicação de fotos de mulheres nuas.
A entidade que reúne oito mil pastores
do Ministério do Belém no Estado decidiu abrir uma apuração contra Feliciano em
seu conselho de ética. O procedimento pode levar a desde uma advertência até o
‘descredenciamento pastoral’ do deputado. Ou seja, a cassação do título de
pastor.
A entrevista, publicada em
abril, tem oito páginas. À publicação, Feliciano confessou ter usado cocaína na
adolescência e disse sonhar com a Presidência. Ele também falou sobre sexo
anal.
‘Com certeza tem homens que
têm tara por ânus, sim. Não entendo muito dessa área porque nunca fiz, graças a
Deus, e espero nunca fazer, porque parece que quem faz não volta mais’,
avaliou.
À reportagem, o chefe de
gabinete de Feliciano, Talma Bauer, disse que ele não falaria sobre o caso
porque ainda não havia sido notificado, mas que considerava normal um ‘pedido
de explicações’.
Bauer diz que a entrevista foi
um ‘direito de resposta’ concedido pela revista ao deputado, que se sentiu
ofendido pelo modo como um humorista se referiu a ele na ‘Playboy’.
Membro da direção da
Confradesp, o pastor Lelis Washington diz que o problema não está no conteúdo
das declarações de Feliciano. ‘Deixando de analisar a entrevista, não é essa
literatura que recomendamos aos fiéis.’
Feliciano ganhou notoriedade
nacional no ano passado. Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara
dos Deputados, o parlamentar foi acusado de adotar posições homofóbicas. (com
agências)
O POVO
