A festa dos 90 anos da Dona Alda Coelho Cruz, na Quinta-feira (20), reuniu todos os familiares e amigos.
E a filha Ângela Cruz, teceu alguns comentários desta longa
longevidade de Dona Alda sua mãe.
"Minha querida mãe,
A celebração de mais um ano de vida é a celebração de um
desfazer, um tempo que deixou de ser, não mais existe. É fósforo que foi
riscado. Nunca mais acenderá.
Olhando no semblante da sua jovialidade aos 90 anos, todos
os irmãos, netos e bisnetos, rendemos graças a Deus pela sua misericórdia de nos
ter dado uma mãe tão bondosa, uma mulher reta, justa, amada e adorada por todos
nós.
Minha mãe, a senhora não é daquelas que contam o tempo e
descobrem que têm, ao completar mais um ano de vida, menos tempo para viver do
que já teve agora. Porque a senhora vive feliz ao lado da sua gente.
A senhora não é daquelas pessimistas que olham para trás e
descobrem que terão mais passado do que futuro. Porque a senhora vive para
servir e não para ser servida. Serviu a nós, criando-nos e educando.
Em sua vida, a senhora nunca se preocupou com rótulos, mas
com conteúdo. Sempre buscou a essência, com uma alma limpa e pura. Quero viver
intensamente a vida como a senhora, caminhando perto de coisas e pessoas de
verdade, gente humana, muito humana como a senhora.
Depois de tantas lições que a senhora nos deixou,
provavelmente inspirado na sabedoria do Rei Salomão, e exercitando a paciência
de Jó, compreendi, então, que a vida não é uma sonata que, para realizar a sua
beleza, tem que ser tocada até o fim.
Dei-me conta, ao contrário, de que a vida é um álbum de
mini-sonatas. Cada momento de beleza vivido e amado, por efêmero que seja, é
uma experiência completa que está destinada à eternidade.
A senhora nos ensinou tantas coisas lindas e maravilhosas.
Deus não foi misericordioso apenas por ter escolhido a
senhora como nossa mãe. Papai Ângelo, que Deus colocou em sua vida, era homem
mais puro que conheci. Tudo que nós somos – meus irmãos e eu – devemos a nossa
mãe.
Ela é a nossa permanente fonte de inspiração, nossa protetora.
Sem ela, não teríamos obtido sucesso nesta vida, porque foi ela que nos deu o
ensino moral e intelectual.
Minha mãe: existem vários tipos de amor. Amor de mãe, de
pai, de irmão, de amigo, de esposa, de filho. Infinitos amores. Mas nenhum
desses se compara com o amor que sinto pela senhora.
Pois esse amor consegue envolver todos esses outros amores.
A senhora é minha mãe quando precisa brigar. Meu pai quando precisa me
aconselhar. Meu irmão quando preciso brincar.
Meu amigo quando preciso conversar. És e serás sempre o meu
amor. Amo a senhora.
Pais e filhos foram feitos para serem amigos, foram feitos
para serem pais e filhos. O amor de pai como o de mãe não obedece lei ou
piedade. Ele ousa todas as coisas e extermina sem remorso tudo o que ficar em
seu caminho.
A mãe é sempre a heroína de todos os filhos. Hoje também
como mãe, aprendi com a senhora que ser mãe é sorrir, chorar, sofrer,
gargalhar. Ser filho é agradecer todos os dias a benção divina de ter uma mãe
como a senhora.
Porque a senhora é uma mãe presente. E uma mãe presente é
como a luz que guia o peregrino durante sua longa jornada, ajuda a escolher o melhor
caminho, oferece o conforto e calor para que a jornada seja de sucesso e
próspera.
O que espero do meu filho, mamãe, é o que fizemos por ti, te
adorando eternamente.
Infelizmente, muitos filhos só entenderão que deveriam ter
conhecido e amado mais seus pais no dia em que eles fecharem os olhos para
sempre.
O amor é filho da compreensão.
Parabéns, minha mãe!!!
Ângela Cruz.
