O 5º Congresso do PT aprovou
sábado resolução que afirma que os réus do julgamento do mensalão foram
condenados sem provas e acusa a mídia e a oposição de tentarem criminalizar o
partido e influir nas eleições. O documento causou racha entre os petistas por
não defender a anulação do julgamento realizado pelo STF como cobrava a ala
mais radical da legenda.
Atendendo a pedido do Palácio
do Planalto, a cúpula do partido apresentou, de última hora, texto em tom mais
moderado que o original, que criticava o STF. “Nós não podemos ter um partido
dividido ao meio. Nossa obrigação é construir a maior unidade possível”, disse
o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), falando em nome da direção petista. “Temos
plena convicção da inocência dos companheiros [José] Dirceu e [José] Genoino.
Minha posição é clara: nunca houve mensalão, compra de votos e corrupção ativa
ou passiva”, acrescentou o deputado.
O texto aprovado com apoio da
cúpula petista diz que o partido apoiará iniciativas de militantes e movimentos
sociais pela “reparação das injustiças e ilegalidades contra os companheiros
condenados”. A dirigente do PT paulista, Misa Boito, porém, subiu à tribuna
para cobrar que, em vez de apoiar iniciativas de terceiros, o próprio partido
liderasse uma ofensiva contra o Supremo. “As instituições carcomidasquerem
acuar o PT e o movimento popular. Temos que agir”, discursou a dirigente,
integrante da corrente minoritária O Trabalho.
O POVO