Para o chefe da CGU no Ceará,
Luiz Fernando Menescal, é "natural" que pequenos municípios não
consigam cumprir a Lei, por falta de estrutura FOTO: JOSÉ LEOMAR
O chefe da CGU acredita, no
entanto, que o quadro poderá ser alterado nos próximos anos. De acordo com
Menescal, a Controladoria tem se articulado com os municípios para ajudar os
gestores a cumprir a legislação e, segundo ele, a criação do programa Brasil
Transparente, no início do ano, tem ajudado muitas cidades a seguirem a Lei.
"A nível federal, a Lei
de Acesso à Informação é uma realidade concreta. Mas também precisamos
implementá-la, em sua totalidade, nos municípios. É justamente por isso que a
gente tem se articulado com a Aprece (Associação dos Municípios do Estado do
Ceará) para tentar trazer esses municípios para junto de nós e viabilizarmos a
transferência de tecnologia, por meio do Brasil Transparente, que possibilite o
cumprimento da Lei também por essas cidades", aponta.
Combate à corrupção
O chefe da CGU garante, porém,
compreender o pensamento da população brasileira, ao afirmar que a sociedade
acaba se preocupando com outras prioridades. "É difícil exigir ao cidadão
que ele se preocupe em lutar contra a corrupção, quando ele está preocupado em
chegar vivo no caminho entre o trabalho e a casa dele, preocupado com a
educação do filho, com a saúde. Mas acho que isso está mudando, como ficou claro
nas manifestações de junho", destaca.
Segundo dados da CGU, desde a
implementação da Lei de Acesso nos órgãos federais, em maio do ano passado,
foram feitos 137.434 solicitações e aproximadamente 97% desse total foi
atendido. "Esses atendimentos foram feitos num prazo bastante razoável, em
torno de 12 dias, que é quase a metade do prazo previsto", frisa.
Integração
"Temos um bom nível de
integração para apurar uma denúncia, mas precisamos aprimorar essa união no
sentido mais estratégico para conseguirmos descobrir esquemas de corrupção sem
a necessidade da denúncia", defende.
Diário do Nordeste