Em autoxílio nos Estado Unidos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) lamentou nesta sexta-feira a retirada de sanções do governo americano ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Um dos principais incentivadores da retaliação, Eduardo atribuiu o recuo, em nota, à falta de unidade política de aliados no Brasil.
Em post nas redes sociais, assinado também pelo bolsonarista Paulo Figueiredo, o parlamentar agradeceu ao presidente Donald Trump o apoio durante a “grave crise de liberdades” no Brasil e terminou a manifestação com a frase de efeito;: "Deus abençoe a América"
Nesta sexta-feira, Moraes e sua esposa, Viviane Barci, foram retirados da lista de sancionados pela Lei Magnitsky.
Segundo Eduardo, há uma incapacidade da sociedade brasileira de construir unidade para enfrentar “problemas estruturais”.
Ele criticou a falta de coesão e de apoio interno às iniciativas conduzidas no exterior. Eduardo e Figueiredo dizem ainda esperar que a decisão adotada por Trump seja bem-sucedida na defesa dos interesses estratégicos dos Estados Unidos, “como é seu dever”, sem detalhar os termos da medida anunciada.
Mais cedo, o governo dos Estados Unidos anunciou oficialmente a retirada das sanções. O comunicado foi publicado pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), do Departamento do Tesouro americano, sem detalhar as razões da decisão.
A medida ocorre em meio ao distensionamento das relações entre o governo de Donald Trump e a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Brasil vinha defendendo o fim das sanções em conversas diretas entre Lula e Trump, além de tratativas do chanceler Mauro Vieira com o secretário de Estado americano, Marco Rubio.
Moraes havia sido incluído na lista de sancionados em julho, no mesmo dia em que Trump formalizou a imposição de uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras. À época, o governo americano citou como motivação a atuação do ministro na ação penal sobre a trama golpista, que resultou posteriormente na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão. Moraes era acusado pelo entorno de Trump de promover uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro.
Ele foi o primeiro brasileiro a ser sancionado diretamente com base na Lei Magnitsky, que impõe restrições econômicas com efeitos extraterritoriais, como o bloqueio de contas bancárias e de bens em solo americano. Como reflexo da medida, Moraes teve cartões de crédito cancelados no Brasil. Em 22 de setembro, o governo americano anunciou também a inclusão de Viviane Barci de Moraes e da empresa Lex, ligada à esposa do ministro e aos três filhos do casal.
Leia a íntegra da manifestação de Eduardo:
"Recebemos com pesar a notícia da mais recente decisão anunciada pelo governo americano. Somos gratos pelo apoio que o presidente Trump demonstrou ao longo dessa trajetória e pela atenção que dedicou à grave crise de liberdades que assola o Brasil.
Lamentamos que a sociedade brasileira, diante da janela de oportunidade que teve em mãos, não tenha conseguido construir a unidade política necessária para enfrentar seus próprios problemas estruturais. A falta de coesão interna e o insuficiente apoio às iniciativas conduzidas no exterior contribuíram para o agravamento da situação atual.
Esperamos sinceramente que a decisão do Presidente @realDonaldTrump seja bem-sucedida em defender os interesses estratégicos dos americanos, como é seu dever. Quanto a nós, continuaremos trabalhando, de maneira firme e resoluta, para encontrar um caminho que permita a libertação do nosso país, no tempo que for necessário e apesar das circunstâncias adversas.
Que Deus abençoe a América, e que tenha misericórdia do povo brasileiro.
Eduardo Bolsonaro
O GLOBO

