Referindo-se ao avanço das dunas sovre a rodovia de Bitupita, quer dizer que agora é tudo “força da natureza”? Agora é o “meio ambiente agindo”, é “um fenômeno natural”, é “algo imprevisível”. Interessante. Porque, quando o prefeito era o professor Ademar, nada disso era considerado obra da natureza. Naquele tempo, cada grão de areia que se movia era culpa da “irresponsabilidade” da gestão. Cada mudança na paisagem era tratada como se fosse um erro humano, nunca um processo natural.
A diferença é simples, ora bolas. Ademar jamais deixou a situação chegar ao ponto em que está hoje. Ele enfrentou, atuou, preveniu, organizou. Ele não jogava o problema no colo do vento, do mar ou das dunas. Mas passaram-se cinco anos, a realidade se agravou, e agora a narrativa oficial de Jaime e seu grupo político virou uma só: “é a força da natureza”.
Conveniente, não? Quando falha a prevenção, quando falta planejamento, quando a gestão é ausente… a culpa vira da maré, do vento, das areias. Antes era “gestão”. Agora é "destino".
Carlos Jardel

