A foto é quase uma crônica perfeita da gestão Jaime Veras: uma duna gigante engolindo a estrada, enquanto o prefeito, imperturbável, observa tudo de longe,ou nem isso. Bitupitá está sendo lentamente soterrada, e a única coisa que não se move nesse município é a administração.
A estrada que liga a sede de Barroquinha ao distrito virou cenário de filme pós-apocalíptico. O transporte escolar? Parou. Caminhão com mercadoria para abastecer comércio? Esqueça. Carro pequeno? Só passando na coragem, e na fé, porque infraestrutura não há.
E aí você pensa: “Bom, agora o prefeito vai agir”. Não. Claro que não. Jaime Veras, fiel ao seu estilo de governar, decidiu que o melhor caminho é seguir fazendo absolutamente nada. A duna avança, a estrada desaparece, a população implora… e ele permanece numa serenidade quase artística. É a filosofia do deixa a areia rolar.
Barroquinha conseguiu um feito raro: sua principal via de acesso virou brinquedo das dunas, enquanto a Prefeitura segue tão móvel quanto um armário de concreto. E, como não poderia faltar, nenhuma resposta, nenhum plano, nenhum trator, nenhuma ação. Nada. Só silêncio e omissão, duas áreas em que a gestão é, admitamos, extremamente competente.
Bitupitá está à beira do isolamento completo.
Jaime Veras, não: esse segue isolado da realidade há muito tempo.
A natureza faz o seu papel.
Quem não faz é o prefeito.
Carlos Jardel

