A nota de esclarecimento da Prefeitura de Camocim sobre a ação da Polícia Federal na sede da Secretaria de Segurança Pública Municipal não esclarece absolutamente nada. Não há uma vírgula, um parágrafo ou uma linha sequer tratando da operação. Tudo o que a prefeita Elizabeth Magalhães fez foi afirmar que não compactua com coisas erradas.
Mas isso é o básico. Não compactuar com irregularidades é uma obrigação de qualquer gestor público, está na Constituição Federal e na lei orgânica do município. O que a população esperava, no entanto, era uma explicação clara sobre o que motivou a presença da Polícia Federal em um órgão municipal.
O que as pessoas querem saber da Prefeitura de Camocim, pela boca da própria Prefeitura, pelos canais oficiais de comunicação, é sobre o episódio. É sobre o que, de fato, veio fazer a Polícia Federal na Secretaria de Segurança Pública.
A imprensa está fazendo seu papel, informando e noticiando o que aconteceu. Mas a versão oficial da Prefeitura não é um favor, é uma obrigação. A prefeita tem o dever de se pronunciar e garantir o princípio da transparência pública.
Quando um órgão da Prefeitura é alvo de uma ação federal, a população tem o direito de saber o que está acontecendo, não apenas por meio da imprensa, mas principalmente por meio de quem administra o município.
E, no caso de Camocim, a nota divulgada pela Prefeitura não esclarece absolutamente nada. Como se a prefeitura quizesse empurrar a sujeira pra debaixo do tapete. É uma vergonha.
Carlos Jardel

