O Ceará ultrapassou a marca de 190 mulheres assassinadas apenas nos nove primeiros meses de 2025. Os dados, divulgados pelo portal CN7, revelam uma tragédia silenciosa que continua a devastar famílias e comunidades em todo o Estado.
De janeiro a setembro, foram 2.239 homicídios registrados no Ceará. Deste total, 190 vítimas eram mulheres — e 35 casos foram classificados como feminicídio, quando o crime é motivado por razões de gênero, como ódio, discriminação ou violência doméstica.
O número, além de assustador, mostra que o problema da violência contra a mulher segue longe de ser superado. Mesmo com campanhas, leis e políticas públicas, o sangue feminino continua a manchar o solo cearense.
Crimes brutais
Entre os casos recentes que chocaram o Estado, está o de uma mulher sequestrada dentro de casa, levada para um matagal em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, e encontrada morta com sinais de tentativa de degola.
O crime revela o grau de crueldade e impunidade com que muitos desses assassinatos são cometidos.
Feminicídio ainda é subnotificado
Apesar de 190 mulheres terem sido assassinadas, apenas 35 casos foram reconhecidos oficialmente como feminicídios. Especialistas apontam que muitos crimes cometidos por ex-companheiros, maridos ou namorados ainda não recebem essa tipificação, o que mascara a verdadeira dimensão da violência de gênero no Ceará.
Reflexo de um problema estrutural
Por trás das estatísticas estão mulheres anônimas, mães, filhas, trabalhadoras que tiveram suas vidas interrompidas.
A violência contra a mulher não é apenas uma questão policial — é também um retrato da desigualdade social, da ausência de proteção e da cultura de machismo ainda enraizada em boa parte da sociedade.
O que dizem os números
2.239 homicídios foram registrados no Ceará entre janeiro e setembro de 2025.
190 mulheres estão entre as vítimas.
35 feminicídios foram oficialmente reconhecidos.
Urgência de políticas públicas
O cenário exige respostas firmes. É preciso ampliar o número de Delegacias da Mulher, garantir acolhimento psicológico e proteção preventiva, além de reforçar o trabalho de educação e conscientização nas escolas e comunidades.
Enquanto o Estado ainda busca caminhos para conter essa escalada de violência, o clamor que se ouve nas ruas é um só: basta de mortes, basta de silêncio.
Ceará News 7

