A Câmara Municipal de Vereadores de Camocim (ou melhor: a bancada da prefeita) aprovou nesta semana, o projeto de lei do Poder Executivo que define o orçamento do município para o ano de 2026. O valor total impressiona: R$ 329,2 milhões, o que representa um aumento de mais de R$ 49 milhões em relação ao orçamento deste ano.
Mas, apesar do tamanho do dinheiro envolvido, a votação passou rápido, quase em silêncio, sem que a população tivesse a chance de opinar sobre onde e como esses recursos serão aplicados. Nenhuma audiência pública foi realizada. Nenhum espaço foi aberto para o povo participar.
O projeto, recheado de números e com mais de 200 páginas, foi aprovado com o voto fechado da base governista, enquanto os vereadores da oposição preferiram se abster, em protesto contra o que chamaram de falta de transparência e diálogo.
A crítica é simples: um orçamento desse tamanho não deveria ser votado às pressas, sem debate, sem discussão, e sem a mínima participação popular. Mas, em Camocim, o roteiro se repete. A prefeita Aguiar manda, a base aprova, e a população só fica sabendo depois.
No fim das contas, o que se aprovou não foi apenas um número. Foi também a ideia de que o povo ainda está longe de participar das decisões sobre o próprio dinheiro.
Carlos Jardel

 

 
 
 
 
 
