Veja bem, caro leitor, o desastre político que se abateu sobre Barroquinha tem nome e sobrenome!. Adivinha? A resposta é : Jaime Veras! O prefeito, agora cassado pela Justiça Eleitoral , é o grande responsável não apenas pela perda do próprio mandato, mas também pela queda de toda a estrutura que o cercava.
Em outras palavras, podemos afirmar que Carmem Lúcia e os três vereadores não são vilões, são vítimas de Jaime Veras.
Ele desviou recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, justamente da cota destinada a mulheres e pessoas negras, dinheiro que deveria servir para ampliar a representatividade no processo democrático. Em vez disso, foi apropriado de forma indevida, para alimentar a ganância de um projeto de poder pessoal, cujo resultado não poderia ser outro a não ser a cassação em série.
E aqui está o ponto central de tudo. A irresponsabilidade de Jaime Veras arrastou consigo aliados que confiaram nele. A vice-prefeita, Carmen Lúcia, hoje se vê penalizada por erros que não foram dela. Foi vítima, junto com mais três vereadores membros da base, da ambição desmedida do prefeito. A Justiça não deixou margem de dúvida, pois não se tratou de falhas técnicas ou meros equívocos burocráticos, mas de condutas graves, que afrontam diretamente as políticas afirmativas e a legalidade eleitoral.
Neste caso, senhoras e senhores, é preciso dizer com todas as letras que a vice-prefeita Carmen Lúcia, assim como os vereadores e suplentes atingidos pela decisão, caiu porque estava ao lado de Jaime Veras. O vexame, a humilhação e o constrangimento não são frutos de escolhas próprias, mas da sede de poder de quem comandava o grupo. Jaime não apenas se afundou, como levou consigo aqueles que deveriam ser seus parceiros de gestão.
Agora, o município, mais uma vez, vira manchete pelas razões erradas, exposto nacionalmente pela prática de corrupção, que, em outras palavras, signifuca o atraso político. E, no centro de tudo, está o mesmo personagem, um prefeito incapaz de separar o interesse público de sua ambição pessoal.
Ele cai deixando uma herança de instabilidade, vexame e novas eleições à vista. Tudo porque um homem confundiu poder com propriedade, liderança com esperteza, e terminou por afundar não só a si mesmo, mas todos que lhe deram crédito.
Carlos Jardel
