A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), por coação na ação penal do golpe.
As investigações, que apuraram as ações de coação no curso da Ação Penal nº 2668, em trâmite no Supremo Tribunal Federal (STF), foram concluídas e divulgadas pela PF na noite desta quarta-feira (20). O relatório final foi encaminhado ao STF na sexta-feira (15), com o indiciamento de Bolsonaro e de seu filho pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, por meio da restrição ao exercício dos poderes constitucionais.
O documento compartilhado pela PF possui 35 páginas e tem como relator o ministro Alexandre de Moraes. Já o relatório final da Coordenação de Investigações e Operações de Contrainteligência da PF soma 170 páginas, detalhando os fatos investigados. O inquérito foi instaurado em 18 de julho e concluído em 15 de agosto.
O texto cita diálogos entre o ex-presidente e Eduardo Bolsonaro, que está nos EUA; o pastor Silas Malafaia, alvo de busca e apreensão no Rio de Janeiro; e o advogado Martin De Luca.
Planos de fuga de Bolsonaro
Durante a análise do material apreendido, a PF identificou um arquivo de texto, modificado pela última vez em 12 de fevereiro de 2024, que revela que Bolsonaro teria praticado atos para obter asilo político na Argentina.
“Embora se trate de um único documento em formato editável, sem data e assinatura, seu teor revela que o réu, desde a deflagração da operação Tempus Veritatis, planejou atos para fugir do país, com o objetivo de impedir a aplicação da lei penal”, diz o relatório.
Silas Malafaia
Citado nos documentos, Malafaia sofreu medidas cautelares impostas por determinação do ministro Alexandre de Moraes. Entre elas:
Proibição de manter contato com Jair e Eduardo Bolsonaro, inclusive por meio de advogados;
Proibição de deixar o país, com entrega de todos os passaportes (nacionais e estrangeiros) no prazo de 24 horas.
Diário do Nordeste