Uma mulher de 77 anos foi resgatada por auditores fiscais do trabalho em uma casa da zona rural do Crato, na região do Cariri cearense. Ela trabalhava em condições análogas à escravidão, cumprindo uma jornada exaustiva como empregada doméstica, das 5h às 22h.
A idosa não recebia salário, férias ou qualquer outro direito há 37 anos. Além disso, trabalhava todos os dias da semana, sem ter direito a folgas.
De acordo com o G1, a idosa estava há quase 30 anos sem contato com a família, não tinha quarto próprio e dormia no mesmo espaço que sua empregadora.
O resgate ocorreu no último dia 15 de julho e foi divulgado recentemente pela Divisão para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae/CGFIT).
Na casa da família, a vítima realizava atividades, como varrer a casa, lavar roupas, cozinhar e cuidar dos animais.
Além disso, ela era obrigada a cuidar de outra idosa sempre que necessário, das 17h até as 8h da manhã, após o expediente da outra trabalhadora doméstica.
A operação contou com apoio da Polícia Federal, do Ministério Público do Trabalho e do Centro de Referência de Direitos Humanos do município do Crato/CE.
Idosa voltou para casa
Após o resgate, a trabalhadora foi acolhida em um abrigo temporário. Em seguida, ela retornou à sua cidade natal junto de sua família.
O empregador foi notificado pelo caso, mas não quitou as verbas rescisórias da idosa resgatada. Por conta disso, o Ministério Público do Trabalho tomará as providências cabíveis para buscar a garantia dos direitos trabalhistas desta idosa.
Já a Auditoria Fiscal do Trabalho emitiu a guia de “Seguro-Desemprego Especial do Trabalhador Resgatado”.
Como denunciar casos como esse
Denúncias de trabalho análogo à escravidão podem ser feitas de forma anônima no Sistema Ipê, além do Disque 100.
Diário do Nordeste