Denúncia de interferência ameaça anular julgamento do caso Arthur Viana, filho do ex-prefeito Francisco Fontenele - Revista Camocim

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Denúncia de interferência ameaça anular julgamento do caso Arthur Viana, filho do ex-prefeito Francisco Fontenele

Juradas afirmam ter sido procuradas em casa por funcionário do Judiciário conhecido como “Júnior Bebê” antes da sessão.




Uma denúncia grave pode mudar os rumos do julgamento do caso que há 15 anos marcou a cidade de Martinópole . Em 6 de junho de 2010, Arthur Viana Neto, 32 anos, filho do então prefeito Francisco Fontenele, foi morto com um tiro na cabeça após uma discussão em um bar no Centro da cidade. Testemunhas afirmaram que a briga teve origem em motivos banais com viés político e que o atirador teria saído do local para buscar uma arma antes de efetuar o disparo fatal.


O principal acusado, Antônio Airton Moreira Passos, chegou a fugir, mas foi capturado dias depois por uma operação conjunta das polícias Civil e Militar. O inquérito também mencionou outros envolvidos: John (Jone) Moreira Passos e Francisco Kilber Barros Braga.


Quinze anos depois, em 1º de agosto de 2025, o júri popular realizado na Comarca de Massapê terminou com a absolvição do réu. Mas a decisão pode estar com os dias contados. Isso porque, conforme consta em certidão oficial emitida pelo Diretor de Secretaria da 1ª Vara de Massapê, duas juradas relataram que foram pessoalmente procuradas em suas residências por um homem identificado como funcionário do Judiciário, conhecido como “Júnior Bebê”, antes da sessão.


De acordo com a certidão, o homem teria feito comentários sobre o caso, afirmando que um dos réus seria uma “boa pessoa”, o que é expressamente proibido pela lei, já que compromete a imparcialidade dos jurados.


A família de Arthur Viana recorreu da decisão e pediu a anulação do júri, alegando que houve interferência e tentativa de corrupção dos jurados. Também informou que tomará medidas judiciais contra os responsáveis.


A suspeita de influência sobre jurados pode resultar em um novo júri, desta vez sob maior pressão e atenção pública.


Carlos Jardel