O prazo de 1º de agosto estabelecido pelos Estados Unidos para a imposição de novas tarifas sobre seus parceiros comerciais permanece inalterado, confirmou o presidente norte-americano Donald Trump. "O 1º de agosto é para todos", afirmou ele.
A declaração foi feita em entrevista coletiva ao lado da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, com quem Trump se reuniu neste domingo (27).
Com a negociação, Estados Unidos e União Europeia chegaram a um acordo sobre as tarifas, que serão fixadas em 15% sobre os produtos europeus. Washington estava ameaçando aumentar a taxa de 10% para 30%.
Mais cedo, o secretário de Comércio, Howard Lutnick, também havia descartado o adiamento. "Não haverá prorrogação nem mais períodos de carência. Em 1º de agosto as tarifas serão fixadas. Entrarão em vigor. As alfândegas começarão a arrecadar o dinheiro", declarou ele à Fox News.
No dia 9 de julho, Trump anunciou planos para impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, criticando o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que o republicano classificou como uma "caça às bruxas".
Acordo com a União Europeia
O presidente norte-americano recebeu Von der Leyen pouco antes das 13h, no horário de Brasília, em Turnberry, costa oeste da Escócia, onde a família do bilionário tem um luxuoso complexo de golfe.
Após a negociação, a taxa sobre os produtos europeus foi fixada em 15%. Além disso, o bloco europeu se comprometeu com compras de cerca de 750 bilhões de dólares (4,18 trilhões de reais) em energia.
"Chegamos a um acordo. É um bom acordo para todos", disse Trump à imprensa.
Von der Leyen também declarou que foi um "bom acordo". Trata-se de "um acordo comercial entre as duas maiores economias do mundo. É um acordo enorme", afirmou.
Os produtos da UE atualmente possuem taxa de 25% para veículos, 50% para aço e alumínio e uma tarifa geral de 10%, que Washington ameaçava aumentar para 30% caso não houvesse acordo.
A presidente da Comissão Europeia elogiou as habilidades de "negociador formidável" de Trump e reconheceu a necessidade de "reequilibrar" a relação comercial transatlântica, que totaliza US$ 1,9 trilhão anual em bens e serviços, o correspondente a R$ 10,5 trilhões na cotação atual.
Tarifaço sobre o Brasil
Segundo informações do g1, Donald Trump está preparando uma nova declaração de emergência para servir como base legal para o tarifaço sobre o Brasil.
No sábado, 19 de julho, o vice-presidente Geraldo Alckmin teve uma conversa com Lutnick, "colocando todos os pontos e destacando o interesse do Brasil na negociação".
"O Brasil nunca saiu da mesa de negociação, não criamos esse problema, mas queremos resolver. Estamos empenhados em resolver", ressaltou Alckmin, que também é responsável pela pasta de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Diário do Nordeste