Sem Clenil e Aerodini, Camocim deixa asmáticos e doentes respiratórios sem ar - Revista Camocim

segunda-feira, 14 de julho de 2025

Sem Clenil e Aerodini, Camocim deixa asmáticos e doentes respiratórios sem ar


Os moradores de Camocim que dependem da farmácia pública para controlar doenças respiratórias andam respirando, ironicamente, um ar de indignação. Isso porque dois medicamentos essenciais, Clenil HFA (dipropionato de beclometasona) e Aerodini (sulfato de salbutamol), simplesmente desapareceram das prateleiras.


O Clenil, usado como anti-inflamatório para manter o controle da asma e outras doenças obstrutivas crônicas, e o Aerodini, broncodilatador crucial para alívio imediato das crises, são praticamente irmãos siameses no tratamento. Faltando um, já é grave; faltando os dois, é um convite ao sufoco.


Estamos falando de medicamentos de primeira linha que evitam internações, desafogam emergências e, sobretudo, salvam vidas. O mais curioso (ou trágico) é que a ausência não vem de ontem. Relatos apontam que usuários vêm peregrinando entre unidades, ouvindo a velha cantilena do “volte amanhã”, esse amanhã que nunca chega.


Enquanto isso, o cidadão se vira como pode. Alguns improvisam, outros compram do próprio bolso (quando podem), e a maioria, claro, sofre calada. Tudo isso num município que gosta de se gabar de ser acolhedor e organizado.


Pergunto: Seria só mais um exemplo do famoso "jogo de empurra" que já conhecemos? Ou uma estratégia para que a população, além de ficar sem ar, também perca a paciência?


A verdade é que, em Camocim, o problema respiratório vai além dos pulmões: é também uma asfixia moral. Afinal, a prioridade deveria ser o cidadão, e não a burocracia que sufoca quem mais precisa.


Alguém precisa, urgentemente, devolver o fôlego à população. Porque de promessa vazia e ar poluído, o camocinense já está cheio.


Carlos Jardel