Mais dois policiais militares suspeitos de extorquir traficantes e facilitar ações criminosas de facção na Grande Messejana, em Fortaleza, foram capturados nessa terça-feira, 29.
Um deles se apresentou por conta própria ao batalhão em que era inserido e o outro foi preso ainda durante as diligências da operação Kleptonomos, do Ministério Público do Ceará (MPCE).
De acordo com o Ministério Público do Ceará, os 16 mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça foram cumpridos na operação Kleptonomos.
O POVO apurou que, durante a operação, foram feitas duas prisões em flagrantes com policiais que já haviam sido presos na operação. Com eles, foram apreendidos uma arma sem registro e maconha e cocaína. Os policiais foram detidos e encaminhados para um presídio militar.
Ainda conforme o MPCE, das duas últimas prisões, um agente de segurança se apresentou ao Comando da Polícia Militar e outro foi preso em Fortaleza.
A operação foi realizada por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do MPCE, e contou com apoio da Polícia Civil do Ceará (PC-CE) e da Coordenadoria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Coin).
Os primeiros resultados da investigação foram divulgados em coletiva de imprensa, nessa terça-feira, 29, na sede do órgão, em Fortaleza.
Conforme as investigações do MP, além de encobrir a venda de drogas, os agentes também utilizavam os sistemas da Polícia Militar do Ceará (PMCE) para localizar traficantes com mandados de prisão em aberto e extorqui-los. Os valores exigidos variavam de acordo com o poder aquisitivo das vítimas, chegando, em alguns casos, a ultrapassar R$ 3 mil.
Foi revelado que os agentes recebiam pagamentos de traficantes para permitir a venda de entorpecentes e avisar sobre futuras operações policiais. As ações aconteciam durante o horário de trabalho dos agentes.
Foi flagrado que as movimentações aconteciam quando os acusados entravam na Comunidade do Pôr do Sol e no Residencial dos Escritores para cobrar as “cotas”, como eles chamavam a propina oferecida pelos traficantes.
As ações eram realizadas com o uso de viaturas da Polícia Militar e balaclava, para cobrir o rosto dos policiais. Um drone teria flagrado os agentes recebendo propina no bairro Paupina, na Grande Messejana.
Na operação, os alvos foram presos nos municípios de Fortaleza, Maracanaú, Itaitinga, na Região Metropolitana, Pacoti e Russas, além da cidade de Maceió, capital do estado de Alagoas.
O órgão ministerial informou que eles foram capturados parte em suas residências na Capital, parte em viagens pelos municípios do Interior, durante o cumprimento de licenças policiais e folgas.
Todos os policiais presos foram afastados de suas funções na Polícia Militar. Houve ainda quebra de sigilos bancários e telefônicos, além de outras medidas cautelares.
Informações: O Povo