Uma operação contra um esquema criminoso que envolve 16 policiais militares foi deflagrada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), nesta terça-feira (29). Ao todo, 16 mandados de prisão preventiva e 17 de busca e apreensão são cumpridos em Fortaleza, Itaitinga, Maracanaú, Russas, e também na capital alagoana, Maceió.
Segundo o Ministério Público, os policiais militares são acusados de facilitar o tráfico de drogas e de receber propina de traficantes em Fortaleza. A reportagem apurou que a investigação começou há pelo menos 4 anos.
Por meio da ofensiva, também foram quebrados o sigilo das informações contidas nos aparelhos telefônicos e equipamentos de armazenamento portátil, e determinada a suspensão do exercício de função pública dos alvos.
A operação é coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco). O balanço da operação, com o número de presos, e mais detalhes da investigação serão divulgados pelo MPCE em coletiva de imprensa, marcada para 10h30 desta terça-feira.
Operações do Gaeco contra policiais
O Gaeco "atua no combate e repressão às ações desenvolvidas pelo crime organizado, estabelecendo políticas e estratégias no enfrentamento às ações delituosas de responsabilidade dessas organizações", segundo o Ministério Público do Ceará.
Nos últimos anos, o Grupo Especial tem se destacado por ofensivas contra crimes cometidos por policiais no Ceará, como a Operação Gênesis - que combate crimes como integrar organização criminosa, extorsão e tráfico de drogas.
15 fases da Operação Gênesis já foram deflagradas pelo Gaeco do MPCE, entre 2020 e 2025. Ao total, foram cumpridos 111 mandados de prisão e 159 mandados de busca e apreensão, em municípios do Ceará, São Paulo e Paraíba. Os alvos foram policiais militares e civis, além de traficantes.
Na última fase da Operação Gênesis, o Ministério Público cumpriu sete mandados de prisão e de busca e apreensão - sendo três no sistema penitenciário cearense e um, em uma penitenciária de São Paulo. O principal alvo desta fase foi um braço da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que foi alcançado a partir de investigações contra policiais.
Informações: Diário do Nordeste