Secretário que é prefeito, prefeito que não manda e o vice... coitado - Revista Camocim

segunda-feira, 9 de junho de 2025

Secretário que é prefeito, prefeito que não manda e o vice... coitado



Em Jijoca de Jericoacoara, a estrutura de poder da prefeitura é, no mínimo, peculiar. Oficialmente, Leandro é o prefeito. Mas, na prática, quem governa, decide, coordena, comanda e dá as ordens, é Douglas Holanda, o Secretário de Governo, Esporte e Cultura, ou, como já é chamado nos bastidores, o “prefeito de fato”.


Douglas tem a palavra final em tudo. Nada se move sem seu aval. Reuniões importantes, decisões estratégicas, articulações políticas? Leandro só assina embaixo e ainda assim, só depois do “sim” de Douglas. Os demais secretários que não se iludam, porque estão ali para cumprir tabela. O jogo mesmo é entre dois personagens, no caso, o prefeito fantoche e o secretário que puxa os fios.


O vice-prefeito




Enquanto isso, o vice-prefeito Roberto Canuto vive um drama pesado e constrangedor. Está no cargo, mas não tem voz, poder ou espaço. Ocupar a vice de Jijoca virou sinônimo de irrelevância. Canuto chegou à chapa por imposição de James Bel, que bancou a aliança. Leandro nunca quis. Nunca disfarçou. E desde então, faz questão de demonstrar que a parceria foi forçada e que, se pudesse, deixaria o vice trancado numa sala sem janela.


Canuto é experiente, tem trajetória política e não precisa do prefeito para sobreviver.     O que, para Leandro, é uma ameaça. Afinal, não há nada mais assustador para um líder inseguro do que um vice com luz própria. Canuto não foi nomeado, foi eleito. Tem mandato popular. E isso incomoda profundamente o prefeito-marionete, que prefere bajuladores obedientes a aliados preparados.


Nos corredores da prefeitura, o que se diz é que Leandro virou peça decorativa no governo que teoricamente deveria comandar. Douglas é quem senta na cadeira do poder. Já Canuto, marginalizado e sem espaço, se vê forçado a interpretar o papel de “parceiro fiel”,  mesmo que todos saibam que é apenas fachada.


Se a política fosse uma peça teatral, o público já teria se levantado e ido embora. Mas em Jijoca, o espetáculo segue com o secretário no papel de protagonista, o prefeito como coadjuvante mudo e o vice como figurante esquecido.


Carlos Jardel