Jessilene Mendes, 26, comemorava seu aniversário com parte da família, no São João de Sobral, na madrugada de sábado (28), quando sofreu uma descarga elétrica e morreu pouco tempo depois.
Uma prima da vítima relatou que o choque aconteceu próximo a uma barraca de venda ambulante.
“Ela saiu para ir ao banheiro, ela e mais três pessoas, uma criança, também. Todos de mãos dadas. Quando ela foi passar atrás de uma barraca, passou por um ferro [energizado] e recebeu essa descarga, que rebolou ela e a outra menina [filha do cunhado de Jessilene]”, disse Lídia Sophia ao Diário do Nordeste na tarde deste domingo (29).
Segundo a familiar, não havia socorrista próximo para ajudar Jessilene de imediato. Tanto que ela foi resgatada por um homem que estava perto e que a levou nos braços até o cunhado.
“Ele [cunhado] veio, botou ela no braço e levou correndo. No meio do caminho foi que apareceu um rapaz [bombeiro] para dar suporte. Fizeram massagem cardíaca, levaram para a ambulância e ela foi para a UPA [Unidade de Pronto Atendimento]”, continuou Lídia.
Jessilene sofreu quatro paradas cardiorrespiratórias, e não resistiu.
'Era muita gambiarra', diz prima de vítima sobre fiação elétrica na festa
Nas redes sociais, a mãe da vítima denunciou que a filha morreu após pisar em “fios descascados” na festa promovida pela Prefeitura. “Eu quero justiça. Não quero que isso aconteça com outra pessoa”, criticou.
Com a repercussão do caso, circularam em grupos de WhatsApp imagens da fiação exposta acima das barracas de alimentação do evento.
“Desde que começou a festa que a fiação estava a céu aberto. Era muita gambiarra. Quando a Enel [concessionária de energia] não dá assistência, eles [ambulantes] sobem num poste e puxam”, comentou a prima, Lídia Sophia.
O que diz a Prefeitura?
Em nota divulgada nas redes sociais, a Prefeitura de Sobral manifestou pesar pela morte de Jessilene e afirmou que a jovem foi “prontamente atendida” pela equipe de profissionais que atuava no evento.
“O espaço onde o evento acontece passou, previamente, por todas as vistorias técnicas exigidas, com acompanhamento e liberação dos órgãos competentes, seguindo os critérios estabelecidos para garantir a segurança do público”, garantiu a gestão.
Família diz estar sem assistência
Segundo Lídia, nenhum representante municipal entrou em contato ainda com a família de Jessilene ou ofereceu assistência com os trâmites funerários.
“Única coisa que disseram foi dizer que iriam apurar os fatos. Na hora de emitir as notas, vão apurar os fatos, mas fica por isso mesmo", lamentou a prima.
"Ela [Jessilene] foi tratada como cachorro. A partir do momento que aconteceu [o incidente], era para ter parado a festa, mas a festa continuou rolando".
Lídia Sophia
Prima da vítima
Jessilene deixou dois filhos, um menino de quatro anos de idade e uma menina de sete.
Diário do Nordeste