O caso ficou conhecido como “Abin paralela”.
A Polícia Federal indiciou nesta terça-feira (17) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro, do Republicanos-RJ, por suspeita de envolvimento em um esquema de espionagem ilegal por meio da Agência Brasileira de Inteligência — Abin.
Segundo as investigações, o grupo teria utilizado a estrutura da agência para monitorar ilegalmente autoridades e adversários políticos durante o governo Bolsonaro. Um dos alvos teria sido o atual ministro da Educação e ex-governador do Ceará, Camilo Santana (PT).
De acordo com a PF, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), então diretor da Abin, teria liderado o esquema. Carlos Bolsonaro, por sua vez, é apontado como chefe do chamado “gabinete do ódio”, responsável por usar os dados coletados para ataques públicos. Já Jair Bolsonaro teria ciência da operação e se beneficiado politicamente dela.
O inquérito ainda envolve outras 31 pessoas, incluindo servidores e ex-agentes da Abin, acusados de integrar uma organização criminosa que invadiu dispositivos eletrônicos de ministros do STF, parlamentares, jornalistas e outras figuras públicas. A atual cúpula da Abin também é investigada por suposta obstrução das investigações.
Carlos Jardel