Há exatamente um ano, em 27 de maio de 2024, Guardas Municipais e Agentes de Trânsito de Camocim celebravam o que parecia ser uma vitória histórica: a aprovação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR). O projeto, sancionado em pleno período pré-eleitoral, previa efeitos financeiros a partir de 2 de janeiro de 2025. Hoje, o que era esperança virou revolta — e a promessa virou motivo de vergonha para uma gestão que parece ter usado a boa-fé dos servidores como moeda eleitoral.
Passados cinco meses do prazo estabelecido por lei, nenhum centavo foi pago. Nenhuma explicação foi dada. Nenhuma previsão foi apresentada. A gestão da prefeita Elizabeth Magalhães mergulhou em um silêncio covarde e irresponsável, tratando com descaso absoluto profissionais que há 23 anos dedicam suas vidas à segurança da população camocinense.
No último dia 17 de maio, a Guarda Municipal e o Demutran completaram mais de duas décadas de serviços prestados. A data, significativa e simbólica, foi solenemente ignorada pela prefeita. Nenhuma homenagem. Nenhuma palavra de reconhecimento. Nem mesmo uma publicação protocolar nas redes oficiais. Um desprezo frio e calculado, que aprofunda o sentimento de traição entre os servidores.
Durante a sanção do PCCR, com direito a cerimônia e holofotes, a prefeita fez promessas públicas: pagamento do plano, entrega de fardamento, realização de capacitações e fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Nada foi cumprido. Nada. A única entrega da gestão até agora foi o constrangimento de ter enganado uma categoria inteira em troca de dividendos eleitorais.
O clima hoje entre os servidores é de profunda indignação. Muitos enxergam no episódio um verdadeiro estelionato eleitoral: prometeram tudo para ganhar votos e, passada a eleição, sumiram com a responsabilidade. Diante da omissão e da violação flagrante da lei, a categoria iniciou mobilizações e articula medidas legais junto ao Ministério Público para exigir o cumprimento imediato do que foi aprovado.
Alfinetada
É hora de dar um basta. Não se brinca com o futuro de quem protege a cidade. Não se pode aceitar que promessas feitas com estardalhaço se transformem em mentiras sepultadas pelo descaso. A verdade precisa ser dita: a gestão municipal traiu os servidores da segurança pública. E o povo de Camocim não pode ficar calado diante dessa farsa.
