O prefeito de Jijoca de Jericoacoara, Leandro César, mostrou mais uma vez que governar com transparência não faz parte do seu manual. O processo seletivo para agentes de saúde e endemias foi realizado praticamente às escondidas, sem qualquer divulgação ampla, restrito a uma publicação camuflada no site da prefeitura. Nenhum aviso nas redes sociais, nenhuma chamada na imprensa. Quem não teve a sorte de tropeçar na informação simplesmente ficou de fora.
E olha que o prefeito tem à disposição uma poderosa rede de comunicação aliada: TV Camocim, Rádio Meio Norte e o tal do Boca de Bodó. Se quisesse garantir um processo justo, poderia ter usado esses meios para divulgar o edital. Mas preferiu o silêncio, criando um ambiente propício para o velho jogo de cartas marcadas.
A jogada é tão descarada que até os profissionais que já vinham atuando na função—gente experiente, que conhece a realidade do município—ficaram nas últimas colocações. Coincidência? Pouco provável. O que se vê é uma tentativa explícita de empurrar aliados políticos para dentro do sistema, deixando de lado quem realmente entende do serviço.
E não para por aí. Leandro César continua ignorando o concurso público de 2024, passando por cima dos aprovados que aguardam a homologação, nomeação e posse. Para completar a lambança, o prefeito desconsiderou as recomendações do Ministério Público e recusou a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), deixando claro que sua prioridade é postergar qualquer decisão na Justiça para continuar contratando quem bem entende, sem respeitar as leis nem a Constituição Federal.
Diante de tudo isso, só nos resta perguntar: qual desculpa o assessor de comunicação da prefeitura, o palhaço Boca de Bodó, vai inventar desta vez?
Carlos Jardel
