A pacata e turística Praia do Maceió, em Camocim, está enfrentando uma grave ameaça ambiental e social. Moradores denunciam a invasão de uma área de preservação permanente (APP), conhecida como “Favela do Mangue” localizada entre a Pousada Villa Mares e o Campo de Futebol, local emblemático onde ocorre o Festival Gastronômico.
O local recebeu o nome de "Favela do Mangue" pela ex-prefeita de Camocim, Ana Maria Veras, que é residente da comunidade.
O caso é liderado por um irmão de um cabo eleitoral de uma vereadora local, que estaria promovendo e incentivando o corte de árvores no manguezal para a construção irregular de barracos e pesqueiras. Os invasores, segundo relatos, são pessoas que no passado venderam suas pesqueiras para dar lugar aos restaurantes de alto padrão que hoje caracterizam a região. Agora, retornam ao local com o objetivo de repetir o ciclo: ocupar, construir e, futuramente, vender novamente.
Apesar das denúncias feitas por moradores, seja diretamente ou por meio de aplicativos de mensagens, o órgão ambiental do município parece fazer "vista grossa". Segundo os relatos, a proximidade política do líder da invasão com uma vereadora é suficiente para garantir a impunidade, perpetuando o descaso.
Além disso, há reclamações de que o cabo eleitoral, conhecido por sua postura abusiva, incomoda empresários locais e moradores, contribuindo para o clima de insatisfação na vila. Enquanto isso, os turistas, atraídos pela beleza e tranquilidade do lugar, são confrontados com o cenário degradante de destruição ambiental e improvisação urbana.
A ex-prefeita Ana Maria é uma das vozes mais forte da Praia do Maceio. A mesma já emitiu várias críticas em suas redes sociais, denunciando a problemática da limpeza pública e agora com o descaso em questão.
Os moradores clamam pela intervenção dos órgãos ambientais estaduais e federais. Acreditam que só com a atuação de instâncias superiores será possível proteger o manguezal, essencial para o equilíbrio ecológico e a preservação da fauna e flora local. A omissão do poder público municipal é vista como um reflexo da subordinação a interesses políticos que priorizam poucos em detrimento do bem-estar coletivo.
O episódio na Praia do Maceió é mais do que um ataque ao meio ambiente; é uma denúncia clara do abuso de poder e da negligência das autoridades locais. A comunidade e os turistas merecem respeito, transparência e ações concretas para evitar que um dos principais destinos turísticos de Camocim seja degradado por interesses privados e políticos. É hora de dar um basta.
Carlos Jardel