Assisti atentamente ao vídeo produzido pelo Dr. Fábio, vestido de Papai Noel, no qual ele tenta rebater as críticas de alguns padres à figura comercializada do Papai Noel, que infelizmente se tornou, na mídia, o personagem central deste período. Trata-se de uma aberração, evidentemente. Compreendi a defesa apresentada pelo Dr., que é advogado, mas seu argumento é de um apelo pobre e superficial diante dos verdadeiros significados litúrgicos da festa de Natal e dos reais valores do cristianismo: paz, justiça social e a opção preferencial pelos pobres [e aqui a opção preferencial não se trata de um evento sazonal para atender instituições comerciais]
Para compreender melhor sobre a mensagem do Nascimento de Jesus basta recorrer aos documentos oficiais da própria Igreja Católica Apostólica Romana, como:
- Lumen Gentium (1964), do Concílio Vaticano II,
- Gaudium et Spes (1965), também do Concílio Vaticano II,
- Populorum Progressio (1967), do Papa Paulo VI,
- Sollicitudo Rei Socialis (1987), do Papa João Paulo II,
- Centesimus Annus (1991), também do Papa João Paulo II,
- Deus Caritas Est (2005), do Papa Bento XVI,
- a mensagem de Natal A Rede de Solidariedade (2013), do Papa Francisco,
- a Carta Apostólica Fiducia (2016), sobre a Esperança Cristã, do Papa Francisco,
- e Laudato Si (2015), também do Papa Francisco e
- o próprio catecismo da Igreja Católica
Nenhum desses documentos, que abordam o nascimento do Filho de Deus, menciona ou faz referência à figura trivial e comercial do Papai Noel, este “sequestrador de inocências” e "fraude cristã".
O Papai Noel, como apresentado na sociedade moderna, é um mero garoto-propaganda, um vendedor a serviço dos interesses comerciais dos ricos, que lucram ao explorar o consumo desenfreado, ao mesmo tempo em que pagam salários indignos aos seus funcionários. O verdadeiro espírito do Natal de Jesus combate essas práticas, sendo um apelo contra a desigualdade e a opressão.
O Natal é exclusivamente de Jesus Cristo! Ele celebra o nascimento do Filho de Deus com uma mensagem profundamente social e cristã: um chamado diário à solidariedade com os pobres, excluídos e marginalizados.
Quanto a São Nicolau, um grande bispo cristão do século IV, é uma ofensa compará-lo com esse Papai Noel sazonal e mercadológico. São Nicolau era conhecido por sua generosidade, compaixão e caridade, especialmente no cuidado com os necessitados e com as crianças. Ele é um modelo de ajuda genuína, no mais profundo sentido da palavra.
Resumindo, o Papai Noel moderno é uma fraude que, lamentavelmente, tem o apoio de cristãos desinformados. Ele não inspira o cristianismo, não reflete os valores do Natal de Jesus e contribui para iludir crianças e suas famílias, servindo apenas aos interesses do comércio.
Por tanto, quando se critica esse Papai Noel, não se critica um elemento da fé cristã, mas sim algo que se apropria desonestamente e manipula o que se pode chamar de “espírito natalino”.
Parabéns aos padres que têm a coragem de criticar essa figura abjeta.
Carlos Jardel