A guerra entre facções criminosas rivais voltou a fazer vítimas em crimes de grande repercussão no Ceará. O Diário do Nordeste apurou junto a fontes ligadas à investigação da chacina que deixou 7 mortos em Viçosa do Ceará, nessa quinta-feira (20), que um rompimento com um grupo armado e uma dívida de drogas e de armamentos teriam motivado o massacre em praça pública.
As informações apontam que a facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) estaria por trás do ataque. O alvo da ação seria Ana Caroline de Sousa Rocha, de 23 anos, que recentemente teria se vinculado ao Comando Vermelho (CV).
'Carol' estaria no comando do tráfico de drogas de um bairro do município. A investigação, ainda no início, indica que "ela foi o pivô da situação" e que estaria devendo quatro armas e drogas.
"Ela seria dona de uma boca de fumo bem próximo ao local da chacina. No acordo, era para todo mundo ganhar, mas ela ficava com tudo e caiu. Ficou com dívida e por isso rompeu", conforme a fonte, de identidade preservada, sobre uma troca recente de facção por parte de Ana Caroline.
Ana Caroline tinha uma ficha criminal extensa, respondendo por homicídio, tráfico de drogas, associação criminosa e posse ilegal de arma de fogo. Ela estava tornozelada quando foi morta.
Júlio Félix Rodrigues, 24, também vítima da chacina, tinha passagens na Polícia por posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. As vítimas Ingrid Ívine de Souza Rocha, Isamara de Sousa Rodrigues, Francisco Luan Brito da Silva, André Madeira Olivindo Junior e Geovane de Amorim Silva não tinham antecedentes criminais.
Durante os trabalhos policiais, três pessoas foram presas em flagrante por tráfico de drogas e por estarem em posse de uma arma de fogo. O trio foi conduzido para a unidade policial, onde está sendo ouvido. A PCCE também apura se há envolvimento do trio nas sete mortes e duas lesões ocorridas na região.
ATENÇÃO DAS AUTORIDADES
O secretário da Segurança Pública do Ceará, Roberto Sá, foi até a cidade de Viçosa para acompanhar de perto as diligências do caso. Em coletiva à imprensa ele reiterou que "a linha é de envolvimento com o tráfico de drogas, sem dúvida"
A reportagem também apurou que além da Polícia Civil do Ceará (PCCE), a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Ceará (Ficco/CE) foi acionada para colaborar com a investigação.
Também foram até o local da chacina o delegado-geral da PCCE, Márcio Gutierrez, o coronel comandante-geral da PMCE, Klênio Savyo, e o secretário-executivo de Ações Integradas e Estratégicas da SSPDS, Sérgio Pereira
ENFILEIRADOS PARA MORRER
Conforme vídeo de câmeras de segurança instaladas no entorno da praça, as vítimas estavam em um bar, ao lado da praça, quando os suspeitos chegaram de carro e motocicletas no local.
Os atiradores teriam retirado as vítimas do bar e colocado o grupo enfileirado na praça. Em seguida, os suspeitos dispararam contra nove pessoas.
Diário do Nordeste