Olhos que veem além: reflexões sobre a sociedade e a importância de reconhecer os invisíveis - Revista Camocim

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quinta-feira, 2 de maio de 2024

Olhos que veem além: reflexões sobre a sociedade e a importância de reconhecer os invisíveis


Escrito por Pastor Abrão Secundino


Bom dia, povo!


Lançando um simples olhar à nossa volta, podemos perceber que a terra e seus moradores gemem. O gemido da terra é real desde "a queda do homem" e do consequente distanciamento de Deus.


O belo, o bom, coisas agradáveis ainda fazem parte do nosso dia a dia, mas o contrário disso está bem patente aos olhos do observador mais simples.


Por que as tragédias, a barbárie estão instaladas na sociedade? Por que a vida está tão banalizada? Para que tanta violência, tanto sangue derramado?


Podemos perceber que as demandas aumentaram para o indivíduo urbano, conectado, influenciado pelos meios de comunicação. As pessoas são levadas a se comparar com as outras, a desejar mais coisas.


A insatisfação é gerada pela comparação e, consequentemente, pela pergunta: "Por que ele/ela tem e eu, não?"!


Por que minha vida não deslancha, por que é tão difícil um lugar ao sol ou na sombra? Faz-nos lembrar o personagem do Tião Galinha, em uma das novelas globais, que expressava seu desejo por um pedacinho de terra, um "titico" de terra, onde pudesse plantar e colher, e viver com sua esposa amada e seus meninos.


Há também um grande preconceito, histórico, vergonhoso, encrustado na mentalidade humana, o de negar ou ignorar as neuroses e as doenças mentais.


Urgentemente se faz necessária uma visão holística do ser humano em casa, na igreja, no setor de trabalho. Não devemos excluir o doente, o que apresenta problemas, mas socorrer.


No mundo capitalista, numa sociedade pragmática onde todos nós temos que ser ágeis, bons no que fazemos, não só trabalhar, mas mostrar serviço.


Num mundo tecnológico, competitivo, cada vez mais a pessoa precisa correr, e bem, para notar, depois de algum tempo, que ainda está no mesmo lugar. Sim, precisamos correr muito, e bem, para pelo menos nos manter no mesmo lugar.


Precisamos olhar com um olhar que transpasse o exterior, a roupa, o rosto do outro. Precisamos perceber os sinais que cada um dá, sobre seu estado físico, emocional e espiritual.


Pessoas invisíveis também têm problemas, sentimentos, traumas e demônios. Têm contas a pagar, mulher, marido e filhos. Pessoas invisíveis têm suas dores, e necessidade de serem vistas.


O porteiro, o garçom, a diarista, o vendedor de bombons e churros, o guardador de carros, os recepcionistas também têm sua história, dores e sentimentos e necessidade de validação, de respeito e reconhecimento.


Os invisíveis, infelizmente, constantemente, só aparecem nos registros de tragédias, aflições e miséria.


Jesus Cristo deu muita atenção aos invisíveis, e afirmou que no juízo final cada um de nós será tratado e julgado pela forma como tratou o pessoal invisível. Quem são as pessoas invisíveis de Mateus 25? Os que padecem de fome; Os enfermos, os presos, os que não têm condições de se vestir ou comer dignamente. Os que não estão sendo tratados dignamente.


Como você trata as pessoas que estão em posição inferior à sua, na igreja, em casa, no trabalho, etc.? Jesus nos tratará como você e eu os tratamos.


Toda vez que você estiver diante de uma "pessoa invisível", perceba-a, e faça-a notar que você a percebeu. Não ignore a necessidade do pobre e do necessitado. Se lembre de uma coisa: o lado da sombra, o lugar confortável, sempre muda, assim como as pessoas que estão lá.


A quem você estende a mão hoje, pode ser quem segure a sua amanhã. Tente ouvir o inaudível, enxergue aquilo que só pode ser visto pela alma. Abrace, dê ombro, ria e chore junto.


Deixe um legado de fé, amor e esperança. Saiba, porém, que acima de tudo, todos os seres gemem de dor, precisando ser amados, perdoados, validados, restaurados. Por dentro de cada um de nós a um ser que deseja ser amado, respeitado, restaurado.


Por onde fores, para onde fores, plante fé, esperança e amor.


Um abraço,


Abraão Secundino.