Nas redes sociais, viralizou um vídeo mostrando o confronto entre duas mulheres no Mercado Público de Camocim. No entanto, o foco não recai sobre a briga em si, mas sim na chocante espetacularização do incidente e no repulsivo comportamento de alguns escrotos, que se divertiam e gargalhavam com o infortúnio das duas mulheres. Mesmo diante do vício em drogas, essas mulheres merecem compaixão e respeito humano. A ausência de intervenção para separar as envolvidas nos faz questionar: onde foi parar nossa humanidade?
Embora compreensível o fato de não querer intervir em situações potencialmente perigosas — o que não era o caso aqui — a passividade dos espectadores do Mercado Público de Camocim levanta sérias indagações sobre solidariedade comunitária e responsabilidade cívica. Estamos nos transformando em uma sociedade que prefere ignorar problemas ao invés de enfrentá-los? Essa apatia frente ao sofrimento alheio exige uma reflexão urgente sobre nossos valores e ações como sociedade.
É fundamental, hoje mais do que nunca, reconhecer que a falta de intervenção não apenas fortalece a violência, mas também contribui para um ambiente onde a crueldade é normalizada. Ao permanecermos inertes diante de situações como essa, estamos, de certa forma, consentindo com o desrespeito e a degradação do próximo. É fundamental que cada um de nós assuma a responsabilidade de agir em prol do bem-estar coletivo e da justiça social. Somente através da solidariedade ativa e da defesa dos direitos humanos podemos esperar reverter esse preocupante declínio em nossa humanidade compartilhada.
Carlos Jardel